AUTÁRQUICAS | OPINIÃO
01 setembro 2021 | 12h10
O período da
campanha eleitoral ainda não começou, mas há já várias conclusões importantes.
A primeira conclusão é que
o PSD Cascais e Carlos Carreiras não convivem bem com a lei, para a qual o seu
cumprimento é, no mínimo, um aborrecimento. As duas queixas já decididas pela
CNE foram inequivocamente decididas contra Carlos Carreiras e a favor da
Iniciativa Liberal. Numa linguagem e analogia que todos percebem, o PSD Cascais
e Carlos Carreiras tentaram “fazer batota”. E foram “apanhados” pela Iniciativa
Liberal. Duas vezes. É que a Iniciativa Liberal não convive bem com autarcas
que procuram não só contornar o espírito da lei, mas procuram inclusive
contornar a letra da lei. E que depois mandam a conta aos munícipes...Não
precisamos deste tipo de políticos. Não permitiremos que se ignore a lei.
Os projetos
“estruturantes” do PSD Cascais e de Carlos Carreiras para Cascais resumem-se a anunciar
(novamente) várias obras públicas (incluindo por exemplo a nova Escola
Secundária de Cascais e os novos centros de saúde de Cascais e Carcavelos),
obras estas que, juntamente com muitas outras na saúde e na educação já faziam
parte do programa do PSD Cascais em 2017. Não tenhamos dúvidas que muitas obras
estarão novamente na lista de promessas em 2025 e assim sucessivamente.
A verdade é que projetos
verdadeiramente estruturantes para resolver os problemas de mobilidade, da
pressão urbanística cada vez mais forte, da desigualdade social, do ambiente,
simplesmente não existem. À data em que escrevo este artigo (31 de agosto) o
PSD Cascais ainda não conseguiu apresentar o seu programa. É possível que ainda
apareça algo mais “estruturante” nas últimas semanas antes de 26 de setembro,
mas não é de dar muita credibilidade a quem, apesar de gerir a autarquia há
quase 20 anos, não tem nem programa nem visão e continua a dizer que fez tudo
sem, no entanto, perceber o que necessitam os munícipes e o concelho.
O que temos, como de
costume em Cascais uns meses antes das eleições, é a habitual distribuição de
subsídios, o apressado alcatroamento e pintura de passadeiras (este ano a
branco e vermelho), o arranjo dos jardins e espaços públicos abandonados
durante 4 anos, e um conjunto interminável de “novos” programas e serviços que
para pouco servem e estarão esquecidos daqui a alguns meses. Alguém ainda se
lembra dos ambiciosos objetivos para os Centros Urbanos Comerciais? Ou do
veículo autónomo?
Para além disto, temos
algo de diferente este ano: o moralmente desprezível aproveitamento político da
pandemia para benefício próprio de Carlos Carreiras, como qualquer cidadão
constata ao visitar o centro de vacinação em Alcabideche ou São Domingos de
Rana, isto depois de ter esbanjado (e continuar a fazê-lo) dezenas milhões de
euros em supostas medidas contra a pandemia sem resultados reais.
Pelo contrário, a
Iniciativa Liberal foi o primeiro e o único partido até agora a apresentar, em
Cascais, soluções verdadeiramente estruturantes na área da mobilidade (desde o
metro ligeiro de superfície aos corredores pedonais em piso contínuo), do
desenvolvimento económico (com redução no IMI, no IRS, na derrama, na
burocracia, nas taxas e taxinhas para tornar Cascais o concelho com os impostos
municipais mais baixos do país), do ambiente (no aumento da sustentabilidade,
na redução / eliminação de diferentes tipos de poluição, na defesa das praias e
ribeiras), da transparência (com o mais exigente programa nesta área em
Cascais) e em muitas outras áreas. Fomos também o partido que, neste período de
pandemia, mais se tem batido pela liberdade dos cidadãos e pelo respeito dos
valores constitucionais de uma democracia.
A segunda conclusão é que
o CDS Cascais, como entidade política independente e com ideias próprias,
simplesmente não existe em Cascais há décadas, se é que alguma vez existiu.
Quem decide o emprego do presidente da concelhia do CDS Cascais é Carlos
Carreiras. Quem decide que acordo de coligação é que o CDS Cascais assina é
Carlos Carreiras. Quem decide o que se passa no CDS Cascais é, para todos os
efeitos, gostem ou não os militantes do CDS, Carlos Carreiras.
A terceira conclusão é que
a coligação do Partido Socialista, do PAN e do Livre é apenas um projeto de
continuidade do que já existe. Nada mudará no futuro da autarquia, apenas quem
decide. A opacidade, os impostos altos, a distribuição de subsídios e
subvenções a um conjunto imenso de entidades que gravitam à volta da Câmara
Municipal de Cascais, os cargos em empresas e instituições municipais para
membros do partido, o abuso dos ajustes diretos, a preferência aos amigos
disfarçada de preferência às “empresas do concelho”, tudo isso vai continuar.
Em Cascais, como em Portugal, o projeto do Partido Socialista é tentar não ser
o último, e quando frequentemente é o último, ser capaz de encontrar uma boa
desculpa.
A quarta conclusão é que Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português continuam perdidos na sua utopia ideológica que tudo seria melhor se fosse gerido pela autarquia e pelo Estado. Aqui concedo uma vantagem a estes dois partidos (e ao Partido Socialista). A verdade é que, enquanto não houve alternativa a um PSD Cascais que continua a dar o exemplo que o cartão do partido é um elemento de sucesso mais importante, ao mesmo tempo que sufoca as famílias em Cascais com impostos e dá esmola via subsídios, o BE, o PCP (e o PS) são as escolhas naturais para quem há décadas depende do salário mínimo e vê os seus filhos na mesma situação. Olhando para este PSD Cascais, eu também não tenho razões para acreditar que a progressão social com base no mérito e no esforço de cada um é possível. Mas hoje essa alternativa já existe, é a Iniciativa Liberal, e o exemplo disso são os candidatos nas nossas listas.
A última conclusão é que para
o Chega tudo se resolve com mais polícia e menos lojas de imigrantes asiáticos na
Rua Direita em Cascais. Um partido cujo programa para Cascais, recentemente
apresentado, revela uma enorme falta de conhecimento do que efetivamente se
passa no interior do concelho e onde as freguesias do interior não são
referidas uma única vez. Pelo sim, pelo não, vão piscando o olho ao PSD/CDS
para serem aliados no futuro e garantirem, também eles, uns quantos lugares no
aparelho da autarquia. Não percam tempo a piscar o olho à Iniciativa Liberal.
A Iniciativa Liberal tem
sido a verdadeira oposição em Cascais que incomoda Carlos Carreiras e os
poderes instalados que controlam a Câmara Municipal de Cascais. Já demonstrámos
que temos programa, que temos candidatos e que temos competência. E que não
temos medo. Já demonstrámos que queremos e conseguiremos mudar Cascais.
A 26 de setembro, vamos
começar.
*Os artigos de opinião publicados são da inteira responsabilidade
dos seus autores e não exprimem, necessariamente, o ponto de vista de Cascais24.
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