OPINIÃO
Para
quem assistiu, pela primeira vez, no passado dia 25 de julho, a uma Assembleia
Municipal de Cascais talvez tivesse saído de lá surpreendido com o
funcionamento da mesma e a perguntar a si mesmo “para que servem estes
políticos?”10 agosto 2022 | 16h00
É
que assistimos à aprovação de um PDM com votos a favor apenas do PSD/CDS (e
abstenção do Chega) onde foram simplesmente ignoradas centenas de objeções
relativas às alterações propostas para o Parque das Gerações fazendo do processo
de consulta pública do PDM uma autêntica farsa, e assistimos à criação de mais
um Conselho Municipal, neste caso o Conselho Municipal do Mar, sem que do mesmo
façam parte entidades do sociedade civil, incluindo, por exemplo, associações
de pescadores ou organizações de caráter ambiental.
Mas
assistimos também ao vice presidente da Câmara Municipal de Cascais (e vice
presidente do PSD a nível nacional) a insultar um munícipe, assistimos ao
presidente da Assembleia Municipal a interromper as intervenções dos deputados
municipais da oposição quando estes excediam o seu tempo, mas a deixar o
presidente da Câmara Municipal de Cascais exceder em muito o seu tempo porque “esta
é uma matéria importante” de acordo com o próprio e assistimos à habitual troca
de epítetos entre o Chega e o Bloco de Esquerda com referência a expressões
como “levaram uma porrada” e “Estado fascista”.
Quem
assistiu a esta Assembleia Municipal de Cascais, onde os temas estratégicos e
relevantes para o concelho (o PDM era certamente um deles) foram tratados com a
habitual leviandade pelo PSD/CDS, saiu de lá certamente a pensar “para que
servem estes políticos?”
Para
quem, no entanto, tem assistido a Assembleias Municipais ao longo dos últimos
anos, não deixará de se interrogar onde estão as vozes dos jovens, quando um
partido do sistema, como é o PSD, eleição após eleição, repete os vereadores,
os deputados da Assembleia Municipal, os presidentes e os candidatos a Juntas
de Freguesia, e relega os mais jovens para funções meramente decorativas
cabendo-lhes apresentar, por exemplo, a moção pela gratuidade (para jovens) no
acesso aos museus de Cascais, dando-lhes assim a ilusão que um dia decidirão
alguma coisa nesta Assembleia Municipal.
Em
12 anos de três mandatos de Carlos Carreiras, a nenhum jovem foi dada nem será
dada a oportunidade de ter um papel relevante e de responsabilidade, mas
continuarão a ser chamados para fazer número em eventos da Câmara Municipal de
Cascais ou para aparecerem em fotos de campanha do partido a que pertencem.
Estes
jovens deputados municipais, que ficam em silêncio perante tudo o que de grave
se passou nesta última Assembleia Municipal, deviam perguntar a si mesmo se o
papel que querem ter nesta Assembleia Municipal é o de terem um papel ativo no
futuro de Cascais e desta democracia ou, em vez disso, seguirem o exemplo de
Lavrenti Beria (ministro dos assuntos internos de um conhecido ditador
soviético), porque neste caso o seu fim, quando deixarem de ser relevantes para
o líder que servem, será certamente semelhante (em termos políticos) ao desta
sinistra figura da história.
Sim,
para que servem estes políticos...?
*MIGUEL BARROS é o Coordenador do Núcleo Territorial de Cascais da INICIATIVA LIBERAL (IL)
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