Opinião
![]() |
13 JULHO 2018 |
A 25 de Junho de 2018, e depois de uma proposta do PAN,
entrou em vigor a lei que possibilita a permanência de animais de companhia
em estabelecimentos comerciais, sob condições específicas.
Apesar de todo o populismo e desinformação que o debate em torno desta lei causou é já possível verificar em Cascais a existência de vários locais que permitem a entrada de animais em espaços fechados. Na esfera privada, e a título de exemplo, somos brindados com o recente Roots Café e que tem, inclusive, um simpático dístico à entrada.
Em Cascais existe a
noção de que somos um município “amigo dos animais”. Prova disto é o Parque
Canino de S. Pedro do Estoril, inaugurado em junho de 2015 e “re”-inaugurado a
19 de maio de 2017, curiosamente nos alvores das eleições autárquicas, sob uma
nova gerência.
Obviamente que isto é
positivo e ninguém coloca em questão que devemos começar por algum lado. Este
excelente exemplo deve ser replicado isto porque Cascais tem um complexo
habitacional muito extenso e milhares de agregados familiares. Da mesma forma
que temos, ou devemos idealmente ter, no nosso bairro máquinas para exercitar,
parques, jardins, hortas comunitárias e parques infantis, devemos também ter
“DogParks”. Este deve ser próximo e acessível. Este exemplo deve ser estendido
a todas as freguesias do município como sugerimos no nosso programa eleitoral das autárquicas
Os animais no nosso país
são considerados membros familiares e seres sensíveis perante a lei à luz do novo estatuto jurídico do animal.
Esta proposta do PAN permitiu acelerar a mudança de paradigma civilizacional na
forma como vemos e tratamos os animais. A propósito, estima-se que existam, em
Portugal, 6,2 milhões de animais de estimação e segundo o estudo da GFK,
em 2011, 45% dos lares tinham, pelo menos, um animal; em 2013, 50%; em 2014,
54% (o que corresponde a 2,085 milhões de lares). Em 2015 eram 6,305 milhões os
animais de estimação registados. Devemos aceitar que estes seres também são
habitantes legítimos do concelho e as políticas públicas devem prever os seus
direitos bem como dos seus tutores.
Os nossos amigos de
quatro patas são parte integrante da nossa família e gostam de se juntar a nós
em passeios e corridas pelos areais. Em Portugal existem apenas duas praias
para cães: a Praia do Porto da Areia Norte (Peniche) e a Praia do Coral (Viana
do Castelo). Cascais voltada para o mar pode beneficiar muito com uma praia que
permita a circulação e permanência, com regras, de animais de companhia.
Cascais é por excelência
um município de bons exemplos: o Bar da Duna da Cresmina na esfera municipal
mesmo antes da lei era já “animal Friendly” e permite a entrada destes seres na
esplanada. Um exemplo de vanguardismo mesmo que ao ar livre.
Por outro lado, ainda
temos um longo caminho a percorrer e um sem número de exemplos menos bons no
município: é o caso da
Fiartil-Feira de Artesanato do Estoril. Conhecida por ser a mais antiga de
Portugal voltou a abrir portas mas, infelizmente, nem todos são bem-vindos:
pelo 3º ano consecutivo foi vedada a entrada a animais de companhia. Esta
situação veio quebrar uma tradição saudável com décadas. Fazia parte do
programa de fim de tarde de Verão em Cascais de várias famílias visitar a Feira
com os seu companheiros de quatro patas. Pode dizer-se que é um retrocesso e
sabemos que existe neste momento muitos Cascalenses a boicotar o evento por não
ser permitida esta entrada. Não vão e dizem para ninguém ir. Sendo, ainda por
cima, um espaço ao ar livre, quem perde é Cascais, e os seus comerciantes.
Já que a maioria dos
cascalenses tem animais de companhia na sua família lanço o desafio: Para
quando uma Cascais estruturalmente mais amiga dos animais?
*DEPUTADA MUNICIPAL DO PAN
Outros artigos de SANDRA MARQUES
+Plano B: A ascensão dos partidos animalistas
+Não lixem Cascais
+"Então e as pessoas?"
+Para mudar o Mundo há que mudar a forma de nascer
+Era uma vez uma Quinta que era Verde
+Forte de Santo António da Barra: Reconhecer valor a uma memória
+Pombos: quando passou o simbolo da Paz a inimigo de Guerra?
+Vigilantes da Natureza: Das Pedras de David aos Rochedos de Golias
+Quando a sociedade te diz para saltares sem te amparar a queda
+UMA MAIORIA DE BETÃO
+CASCAIS: DAS ESCOLHAS INDIVIDUAIS ÀS POLITICAS CLIMÁTICAS LOCAIS
+CASCAIS CHRISTMAS VILLAGE: O NATAL DE ALGUNS À CUSTA DE TODOS
+QUANTO VALE UM MORADOR? E CENTENAS DE MORADORES?
+Entre a paragem e a escola venha o Orçamento Participativo e escolha
+A pegada é maior que o pé
+Depois dos incêndios: a regeneração
+A afirmação de uma política empática

3 comentários:
Já agora, para quando os donos dos cãezinhos passam a apanhar os co-cós que eles fazem?
Felizmente já há muita gente que o faz, mas há outro tanto que não o faz.
Isto sim!
Isso e as beatas, as garrafinhas de plástico, as latas, o lixo etc ;)
A quem cabe a responsabilidade de criar condições de bem estar animal, com abrigos à semelhança do que se passa noutros Concelhos???
Se eu instalar um pequeno abrigo para um gatinho que está esterlizado e "mora" no "meu" Jardim(publico)vai para 18 anos, o que me acontece???
Enviar um comentário