A afirmação de uma política empática

Opinião




Duas deputadas na Assembleia Municipal é um resultado surpreendente para o PAN em Cascais e espelha uma nova visão socioeconómica e política, assente num projeto de transição para uma sociedade mais sustentável, mais feliz e inclusiva, cocriadora do seu futuro. 


Apenas com 6 anos de existência e um deputado na Assembleia da República, o PAN Nacional já garantiu: mais direitos na gravidez e no parto, a redução do IVA de 23 para 6% em equipamentos de apoio a pessoas com mobilidade reduzida, o fim dos canis de abate, a alteração do estatuto jurídico do animal, uma opção vegetariana em todas as cantinas públicas (hospitais, lares, escolas, prisões, etc.) e negociou a substituição de 1200 veículos da frota do Estado por veículos elétricos.


Nestas eleições autárquicas, apesar dos seus escassos recursos financeiros, o PAN candidatou-se a 32 municípios, com um total de 58 candidaturas. Foi uma ambição modesta: cobrindo apenas 10% dos municípios do país, cerca de 45% da população pôde votar no PAN. Entre os seus candidatos, dois terços foram mulheres, contrariando a tendência dos partidos tradicionais. 


No total, elegeram-se 32 autarcas (68% mulheres), entre juntas e assembleias. Em Cascais, comparativamente às candidaturas do partido no resto do país, a candidatura do PAN foi a mais expressiva, atingindo mais de 5,20% dos votos no Concelho.


No entanto, sendo uma surpresa para muitos, o PAN foi também um tema esquecido: os órgãos de comunicação social ignoraram o partido que mais cresceu nestas eleições. Sendo um partido jovem, não seria espectável (nem desejável) que o PAN recebesse a mesma atenção mediática que os restantes. Mas foi lamentável a total ausência de cobertura durante, no dia e pós ato eleitoral. 


Talvez por detrás deste esquecimento mediático, esteja uma dificuldade em lidar com um partido que é também uma inovação social e política. Como encaixar, no panorama nacional, um partido que não é de esquerda, nem de direita, que nem se revê nessa dicotomia? Como falar de um partido que visa promover um projeto de transição para um sistema socioeconómico, político e ecológico mais sustentável, participativo e inclusivo? 


É difícil de facto encaixar o PAN no sistema político-partidário tradicional.

No entanto, reconhece-se o mérito dos (poucos) meios de comunicação que, nacional e localmente, deram a oportunidade a todos os partidos e movimentos políticos, incluindo o PAN, de partilhar as suas ideias e as suas propostas. Falamos, nomeadamente, desta publicação, o Cascais24


O PAN acredita que a pluralidade informativa reforça e possibilita uma democracia mais presente, inclusiva e participativa.


Mas para lá da atitude dos média, há um problema muito mais premente – a abstenção. Ao absterem-se de votar, mais de 100.000 cascalenses desvincularam-se de construir uma Cascais mais próxima dos seus interesses. Quer queiramos quer não, quem é eleito para governar o Concelho fá-lo-á com ou sem estes votos. Urge, portanto, aproximar as políticas públicas destes cidadãos. 


O problema da abstenção leva-nos ao empasse que é a maioria absoluta. Independentemente do partido que a lidere, a maioria absoluta não traz equilíbrio social, nem tampouco pluralidade democrática. A democracia pode ser agridoce e é com este cenário que teremos de trabalhar nos próximos 4 anos de modo a garantir, entre outras coisas, uma redução radical da taxa de abstenção e evitar uma nova maioria absoluta.


Há que destacar também os sinais positivos da cidadania Cascalense durante o processo eleitoral: a constituição do MIC – Movimento Independente por Cascais e a coligação Também és Cascais (PDR/JPP). A capacidade de estas pessoas se unirem em torno de ideias e projetos deve engrandecer todos os democratas deste Concelho. 


Por fim, não podemos esquecer quem realmente fez com que o PAN fosse uma boa surpresa para Cascais. Com a determinação de uma equipa dinâmica, de filiados e simpatizantes, estivemos na rua, reunimo-nos com comunidades locais, elaborámos um programa extensivo, traduzido na íntegra em inglês e com as suas 5 prioridades traduzidas em 14 línguas, rimos, aprendemos e concretizámos o nosso objetivo de eleger deputadas para a Assembleia Municipal. 


Este trabalho, que decorre há mais de 2 anos em Cascais, materializa-se agora na vontade e esperança de concretizar as propostas do nosso programa e de cocriar com as pessoas do concelho um projeto político inovador e inclusivo, com base numa visão holística da sociedade humana, do mundo biológico e natural. Sabemos que com bons resultados advêm grandes responsabilidades, mas essas abraçamos com todos os que connosco trabalham e confiaram o seu voto. 


O partido das Pessoas, Animais e Natureza expressa um novo paradigma político emergente, que tem vindo a afirmar-se também noutros cantos do mundo. Nas últimas legislativas holandesas, a 15 de Março de 2017, o partido animalista holandês (que é também um partido humanista e ecologista), subiu de 2 para 5 assentos parlamentares. É este o futuro que vemos para o PAN Nacional. 


A eleição de mais autarcas locais e deputados nacionais será o fruto de um trabalho reconhecido pelas propostas que este partido apresenta, pela sua comunicação não-violenta, mas colaborativa, e a conjugação de políticas públicas inovadoras e inclusivas, não subjugadas à economia convencional, nem aos valores tradicionalistas do modelo vigente.


É com este compromisso e visão que continuaremos a mudar o tecido social e económico do país, que continuaremos a priorizar a ecologia, a empatia e a ética no reforço de um paradigma de transição e regeneração para uma sociedade mais feliz, mais sustentável e inclusiva. 


O PAN apresenta-se, deste modo, como um partido pioneiro, no qual a causa de um/a é a causa de todos. 

*Deputada Municipal do PAN




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