Opinião
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27 JULHO 2018 |
Poucas coisas tão
ridículas existem como querer dar-se ares de qualquer coisa que não se é,
característica típica do novo-riquismo, tão em voga em certos círculos
político-autárquicos.
Ele é Saint Tropez à beira
Tejo; ele é marinas ampliadas com lojas de marca no centro da Baía de Cascais,
ele é as festas e festinhas que pululam por todo o Verão, mais os museus
programados mas que não poderão ver a luz do dia porque a estrutura existente
não permite a passagem de pessoas de tamanho médio, como é o recente caso da
aquisição do convento de Nossa Senhora do Mar, para instalação do Museu da
Vinha e do Vinho… aquisição prematura que deu em nado-morto, porque as
freirinhas de então mediam uns bons centímetros a menos e agora ninguém pode
passar pelas aberturas nas paredes sem risco de partir a cabeça e, já agora,
ver estrelas de passagem…
Os autarcas
autocráticos que se pavoneiam entre a avidez da atração turística e dos euros
que essa prática deixa nos cofres e a presunção de que tudo sabem…
De tal modo que, entre
a propaganda eleitoral permanente, vão surgindo umas pequenas pérolas de
sabedoria ignorante… Todos os cascalenses ficaram a saber que roasted
sardines são sardinhas assadas… mas apenas nos tradutores da google. Em bom
inglês, roast é, muito exactamente, uma peça de carne assada no forno,
ponto final. Pior; lá porque para nós peixe na brasa (que é de facto
grelhado) seja chamado assado - como as sardinhas e o bacalhau - não
significa que um estrangeiro não saiba o significado de sardinhas, em
português escorreito, simples e deliciosamente popular. O que não devem rir os
turistas de tal exposição de ignorância a armar ao fino, digna de figurar ao
lado da gafe memorável dos Concertos para Violino de Chopin.
Com tanta Universidade
de Verão, o PSD faria melhor em ensinar bom senso e bom gosto aos seus
“quadros” e, de passagem, pagar a tradutores antes de desperdiçar os dinheiros
públicos em posters com disparates em estrangeirês para “inglês ver”.
Ler outros artigos de MIGUEL OLIVEIRA
+Trinta e seis, noves-fora
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1 comentário:
Muito bom.direto às consciências.
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