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26 OUTUBRO 2019 |
Ao fim de quase oito anos de
exercício do poder, nenhum projeto cultural/museológico significativo e perene
foi criado de raiz pelo executivo camarário.
Com efeito, em relação ao
Forte de Santo António, para além da curta dimensão, ainda se desconhece o que
o futuro lhe reserva; as grutas da Alapraia continuam abandonadas e, sem que se
perceba porquê, no deserto que constitui a política cultural do concelho, aquilo
que mais salta à vista é o abandono pela CMC dos dois únicos projetos culturais
que podiam ser importantes para Cascais: o Museu do Vhils e o Motor Passion
Museum.
Estes dois projetos foram
(durante anos!) apoiados pela CMC e apresentados, especialmente o primeiro,
como “a menina dos olhos” do executivo e eram, sem dúvida, a par do Museu Paula
Rego, de importância fundamental para a criação de um polo cultural de relevo
no centro da Vila de Cascais.
Em relação ao Museu do Vhils –
artista português dos mais cotados internacionalmente – foi anunciado em 2018
que o museu seria inaugurado nesse mesmo ano mas a CMC terá já abandonado o
projeto, tal como abandonou (e procurou até remover!) o Motor Passion Museum.
Quanto a este último, o
projeto, além de ser de fácil execução e de baixo custo, podia permitir a
Cascais ter uma montra excecional do desporto automóvel, totalmente em linha
com a tradição automobilística do concelho.
Porquê, então, o abandono
destes projetos?
Sabendo-se que o local onde
esses museus iriam ficar instalados pertence à marina, a questão que imediatamente
surge é se estarão os novos donos da marina zangados ou insatisfeitos por
promessas feitas e não cumpridas? Terão os mesmos recusado, subitamente, ceder
os espaços que se destinavam a estes dois importantes museus? E porque não
acautelou a CMC a gestão desses espaços antes ou aquando da transmissão da
concessão para os novos donos da marina? E se não foi essa a razão, como
justifica a Câmara o desinvestimento e o dinheiro gasto nos dois únicos
projetos culturais de relevo dos últimos 10 anos? Ou, no meio de tantos milhões
gastos em “eventos”, não tem a CMC dinheiro para investir nestes Museus ou uma
nova localização a propor para os mesmos? Ou achará a CMC que esses museus já
não interessam e que a população se esquece disso, bastando para tal a festa
(com pompa e circunstância) a anunciar, ao fim destes anos todos, a recuperação
do Edifício Cruzeiro – para “previsivelmente” daqui a dois anos! – e a criação
da “Vila das Artes”?
Diga-se que, de acordo com a
notícia publicada na página da CMC (https://www.cascais.pt/node/30476),
“O Edifício Cruzeiro virá, assim, a fazer parte integrante de um polo cultural
que numa questão de metros inclui o Conservatório de Música de Cascais, a
Escola de Dança, o Museu da Música Portuguesa e o Casino Estoril. Daqui
nascerá, assim, a Vila das Artes, integrando o Teatro e o Cinema, a Dança e a
Música.”. Depois de abandonar o Festival de Cinema do Estoril e numa altura em
que Carlos Carreiras fala também do fim do Cascais Villa, a que Cinema se
referirá? E virá a “Vila das Artes” a conhecer o mesmo destino (triste) do
“Cidadela Art District” (que está “às moscas”) e do Bairro dos Museus? –
projetos cuja megalomania sai mais evidenciada perante a falta de oferta
cultural e depois do abandono dos projetos do Museu do Vhils, do Motor Passion
Museum, da Feira do Livro e do Lumina?
Tantas perguntas e tão poucas
respostas credíveis por quem tinha obrigação de as dar!
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JORDÃO
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