![]() |
14 JUNHO 2019 |
O politólogo José Adelino Maltez refere que“ a ação do PAN
está longe de ser só sobre animais e isso provam-no as propostas que tem feito,
umas aprovadas outras não. "O PAN é um partido europeísta, ecologista e de
causas" e a sua chegada ao Parlamento Europeu era
previsível. Seria?
Sem comentadores ou
caras conhecidas, menorizados pelos Meios de Comunicação em 2015 fizemos
história com a entrada de
um deputado, e voltámos a fazê-la em 2019 com a entrada de um eurodeputado português na Família dos Verdes Europeus.
Talvez por detrás deste esquecimento mediático, esteja a
dificuldade em lidar com um partido que é também uma inovação social e política.
Como encaixar, no panorama nacional um partido que não é de esquerda nem de
direita, e que não se revê nessa dicotomia? Como falar de um partido que visa
promover um projecto de transição para um sistema socioeconómico, político e
ecológico mais sustentável, participativo e inclusivo?
Tem existido muita
desinformação relativamente ao PAN talvez porque o intuito não seja a busca da
verdade. Bem sabemos que a mudança gera desconfiança porque as pessoas temem o que não conhecem mas
será tão alternativo o que o PAN propõe?
Por exemplo, para o PAN
aqueles que ajudam a destruir o que é de todos devem pagar taxas maiores e
aqueles que minimizam o seu impacto devem ser beneficiados.
É na lógica do poluidor
pagador e de quem mais polui mais paga, que surgem as eco-taxas associadas ao
tabaco, mais propriamente aos resíduos das beatas, ou a redução do IVA dos
copos menstruais. Neste último caso ninguém está a obrigar as mulheres, como
incrivelmente já foi dito, a usar copos menstruais. Mas a verdade é que os Pensos higiénicos e tampões são 4% do lixo produzido em
Portugal. Na mesma linha e porque a saúde das
pessoas é igualmente importante importa saber que muitos destes produtos contém químicos prejudiciais à nossa saúde como dioxinas.
Assim a redução do IVA deste produto torna-o mais acessível logo mais
atractivo.
Outro exemplo.
Acreditamos que as pessoas devem saber os impactos das suas escolhas para a sua
saúde e o para o ambiente. A Organização Mundial de Saúde já referiu que o consumo de
carnes vermelhas e processadas causam cancro.
Posto isto o PAN propôs
colocar semáforos carcinógenos nos produtos embalados, para que se saiba aquilo
que se consome. Porém, e apesar do aval do diretor do Programa Nacional para a Promoção da
Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde, a nossa proposta foi rejeitada.
Sabemos que não é
popular falar da redução do consumo de produtos de origem animal mas não se
consegue abordar seriamente o problema das alterações climáticas sem falar do
impacto positivo do vegetarianismo e do veganismo. Não temos obviamente que ser
todos vegetarianos mas devemos ter consciência de que não é sustentável
continuar o consumo actual nomeadamente de produtos e derivados animais. A indústria agropecuária é uma das mais poluentes e com
maior impacto nos solos e nos recursos hídricos. A água está a escassear e no último
verão Portugal foi afetado por uma seca severa. Cada gesto conta. Por exemplo,
cada 1 kg de bife de vaca a menos que comermos equivale a uma poupança de cerca
de 15.000 litros de água.
Porque razão querer mais
informação, nomeadamente para os cidadãos, é no caso do PAN muitas vezes
associado a proibições? Quem teme estas mudanças? Que lóbis o PAN ameaça? Que
sectores se julgam intocáveis? Noutros tempos os Barões do Carvão conseguiram
atrasar a evolução da eletricidade para manter o seu poder. Quem são os “Barões
do carvão” de hoje?
Como disse e bem João
Marcelino no seu artigo no Jornal Económico: “a forma como se
debate o PAN mostra o imobilismo do sistema. E como este não quer nem
alterações nem novidades”.
Uma
coisa é certa: Cada vez somos mais a pensar assim e quer se goste quer não,
vamos continuar a crescer.
Outros artigos de SANDRA MARQUES

*DEPUTADA
MUNICIPAL DO PAN
Outros artigos de SANDRA MARQUES
+As Festas de um
Mar de Plástico
+Das caixas fizemos pontes
+Em Cascais também vivem animais
+Plano B: A ascensão dos partidos animalistas
+Não lixem Cascais
+"Então e as pessoas?"
+Para mudar o Mundo há que mudar a forma de nascer
+Era uma vez uma Quinta que era Verde
+Forte de Santo António da Barra: Reconhecer valor a uma memória
+Pombos: quando passou o simbolo da Paz a inimigo de Guerra?
+Vigilantes da Natureza: Das Pedras de David aos Rochedos de Golias
+Quando a sociedade te diz para saltares sem te amparar a queda
+UMA MAIORIA DE BETÃO
+Das caixas fizemos pontes
+Em Cascais também vivem animais
+Plano B: A ascensão dos partidos animalistas
+Não lixem Cascais
+"Então e as pessoas?"
+Para mudar o Mundo há que mudar a forma de nascer
+Era uma vez uma Quinta que era Verde
+Forte de Santo António da Barra: Reconhecer valor a uma memória
+Pombos: quando passou o simbolo da Paz a inimigo de Guerra?
+Vigilantes da Natureza: Das Pedras de David aos Rochedos de Golias
+Quando a sociedade te diz para saltares sem te amparar a queda
+UMA MAIORIA DE BETÃO
*Os artigos de opinião
publicados são da inteira responsabilidade dos seus autores e não exprimem,
necessariamente, o ponto de vista de Cascais24.

2 comentários:
De repente surgem ditadores pidescos, supostos inovadores, e moralizadores da sociedade com verdades absolutas e certezas unicas ... pagando obviamente coimas estratosféricas ... tenham juizo e humildade
Diga.me a senhora onde alguma vez a oms disse que comer carnes vermelhas provoca cancro? É que dizer inverdades fica muito mal . A oms que o consumo de 90 gramas de carnes aumento em 20% o risco de cancro no intestino não disse que provoca!! Diz que aumenta em.20% o risco isto de dizer o que lhes apetece e ninguém dizer nada é mesmo um partido de carneiros.
Publicar um comentário