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18 JANEIRO 2020 |
O ano começou com uma
notícia muito encorajadora vinda da Câmara Municipal de Cascais (CMC). Os
autocarros urbanos passam a ser gratuitos dentro do Concelho. Este parece ser
um passo importante na promoção de um Concelho com maior qualidade de vida e
mais responsável na reação às alterações climáticas. A sustentabilidade
ambiental é muito importante para a Iniciativa Liberal e por isso achamos que vale
a pena uma discussão pública profunda quanto à bondade
deste tipo de iniciativa. É inegável que a CMC tem tido uma postura bastante
proativa no campo da mobilidade e esta medida vem na
sequência de outras, como a sua oposição à política
do Governo no que diz respeito à linha de comboios Lisboa- Cascais, e o apoio à
introdução no Concelho de transportes públicos rodoviários de longa distância e
internacionais.
E, no entanto, este passo pode ser uma oportunidade perdida, ou de sucesso pífio. Senão vejamos: o MobiCascais, criado anos atrás, com grande fanfarra, criou uma plataforma única de venda de acessos aos vários modos de transporte e um sistema de bicicletas partilhadas e tentou facilitar a interface entre os diferentes tipos de transporte. De facto, mudou muito pouco na realidade do Concelho. Aqueles que se deslocam junto ao mar ou dentro da Vila de Cascais podem ter ganho mais mobilidade, mas para todos os outros, os que se deslocam no interior do Concelho ou aqueles que se querem deslocar para fora do Concelho, como por exemplo da Abóbada para Porto Salvo (Oeiras), pouco ou nada mudou. Simplesmente porque para articular o comboio com o autocarro, as bicicletas e os parques de estacionamento seria preciso que tivéssemos uma rede de autocarros abrangente, com rotas diretas, horários fiáveis e tempos de espera curtos. Hoje é impossível saber se um autocarro chega à hora, se se atrasa 10 ou 20 minutos e portanto é impossível garantir uma interligação rápida entre os vários tipos de transporte o que torna os transportes públicos sistematicamente mais demorados do que a deslocação em automóvel. E muitos dos outdoors a anunciar o maravilhoso MobiCascais estão situados junto às estações da CP da linha de Cascais, que parecem abandonadas, tal é a forma como estão vandalizadas, como, por exemplo, a estação de S.Pedro, onde se acede a comboios constantemente sobre-lotados, mesmo fora da hora de ponta.
E, no entanto, este passo pode ser uma oportunidade perdida, ou de sucesso pífio. Senão vejamos: o MobiCascais, criado anos atrás, com grande fanfarra, criou uma plataforma única de venda de acessos aos vários modos de transporte e um sistema de bicicletas partilhadas e tentou facilitar a interface entre os diferentes tipos de transporte. De facto, mudou muito pouco na realidade do Concelho. Aqueles que se deslocam junto ao mar ou dentro da Vila de Cascais podem ter ganho mais mobilidade, mas para todos os outros, os que se deslocam no interior do Concelho ou aqueles que se querem deslocar para fora do Concelho, como por exemplo da Abóbada para Porto Salvo (Oeiras), pouco ou nada mudou. Simplesmente porque para articular o comboio com o autocarro, as bicicletas e os parques de estacionamento seria preciso que tivéssemos uma rede de autocarros abrangente, com rotas diretas, horários fiáveis e tempos de espera curtos. Hoje é impossível saber se um autocarro chega à hora, se se atrasa 10 ou 20 minutos e portanto é impossível garantir uma interligação rápida entre os vários tipos de transporte o que torna os transportes públicos sistematicamente mais demorados do que a deslocação em automóvel. E muitos dos outdoors a anunciar o maravilhoso MobiCascais estão situados junto às estações da CP da linha de Cascais, que parecem abandonadas, tal é a forma como estão vandalizadas, como, por exemplo, a estação de S.Pedro, onde se acede a comboios constantemente sobre-lotados, mesmo fora da hora de ponta.
Para a Iniciativa Liberal é fundamental a monitorização permanente e transparente do impacto destas
medidas nos hábitos de mobilidade dos munícipes de forma efectuar os ajustes
necessários ou, caso se constate a ineficácia desta medida, proceder ao seu
cancelamento. É importante obter
respostas a múltiplas questões. O custo desta medida vai mesmo ser integralmente financiado pelas receitas de estacionamento e
pelo Imposto Único de Circulação? Ou vai obrigar a cortar outros investimentos?
Esta medida é economicamente sustentável para a empresa que tem a concessão dos
transportes públicos? Como vai
ser monitorizada a sua relação Custo-Benefício?
E depois temos as bicicletas partilhadas que têm sido um sucesso em Lisboa e que criaram grandes expectativas entre os utilizadores deste meio de transporte. Infelizmente o sistema é uma total desilusão. As docas de estacionamento ou estão colocadas em locais onde não existem ciclovias (Talaide, Outeiro de Polima, Areias, Rebelva, Parede, Monte Estoril), mas onde temos ciclovias praticamente não temos docas (no paredão de Cascais só existem docas na Praia da Poça). Por outro lado a construção destas docas de estacionamento obriga a esburacar o chão e a fazer obras que chegam a demorar 2 semanas, como aconteceu nos Jardins da Parede. A maior parte delas estão afastadas das paragens de autocarros e dos parques de estacionamento. E como se tudo isso não bastasse a CMC escolheu uma tecnologia cujo interface por telemóvel é um desastre, em que os trincos das bicicletas estão muitas vezes encravados e em que a maior parte das bicicletas está em péssimo estado de conservação. Assim mesmo no verão passado houve quem tivesse saudades de tudo isto, porque as bicicletas estiveram desaparecidas das docas durante meses. Também aqui gostaríamos que houvesse total transparência quanto ao valor de investimento e o custo de exploração, a taxa de utilização, e o nível de satisfação das bicicletas MobiCascais. Vai ser interessante comparar com a rede de bicicletas partilhadas de Lisboa.
Para concluir, não basta proporcionar transportes públicos gratuitos para incentivar os munícipes a trocar o automóvel pelos transportes públicos. Se não garantirmos tempos de transporte substancialmente mais curtos e cómodos as pessoas não vão abandonar o automóvel. E se assim fôr esta medida resultará numa oportunidade perdida e uma desilusão.
E depois temos as bicicletas partilhadas que têm sido um sucesso em Lisboa e que criaram grandes expectativas entre os utilizadores deste meio de transporte. Infelizmente o sistema é uma total desilusão. As docas de estacionamento ou estão colocadas em locais onde não existem ciclovias (Talaide, Outeiro de Polima, Areias, Rebelva, Parede, Monte Estoril), mas onde temos ciclovias praticamente não temos docas (no paredão de Cascais só existem docas na Praia da Poça). Por outro lado a construção destas docas de estacionamento obriga a esburacar o chão e a fazer obras que chegam a demorar 2 semanas, como aconteceu nos Jardins da Parede. A maior parte delas estão afastadas das paragens de autocarros e dos parques de estacionamento. E como se tudo isso não bastasse a CMC escolheu uma tecnologia cujo interface por telemóvel é um desastre, em que os trincos das bicicletas estão muitas vezes encravados e em que a maior parte das bicicletas está em péssimo estado de conservação. Assim mesmo no verão passado houve quem tivesse saudades de tudo isto, porque as bicicletas estiveram desaparecidas das docas durante meses. Também aqui gostaríamos que houvesse total transparência quanto ao valor de investimento e o custo de exploração, a taxa de utilização, e o nível de satisfação das bicicletas MobiCascais. Vai ser interessante comparar com a rede de bicicletas partilhadas de Lisboa.
Para concluir, não basta proporcionar transportes públicos gratuitos para incentivar os munícipes a trocar o automóvel pelos transportes públicos. Se não garantirmos tempos de transporte substancialmente mais curtos e cómodos as pessoas não vão abandonar o automóvel. E se assim fôr esta medida resultará numa oportunidade perdida e uma desilusão.
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