SEGURANÇA
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23 novembro 2020 |
Sem o referir especificamente, a investigação também aponta para alegada negligência do piloto. “A não deteção ou reconhecimento pelo piloto
da presença de água no combustível durante a inspeção antes de voo” também é apontada como factor que contribuiu para a paragem do motor em pleno voo.
A aeronave foi abastecida em Tires com 65 litros de Avgas.
O relatório aponta diversas
falhas nos procedimentos de manutenção nas várias fases e oportunidades de
deteção e correção da condição do modelo Tampico, que descolou do Aeródromo de
Tires com destino a Coimbra e que cinco minutos depois de ter levantado voo
teve de aterrar de emergência no campo de golfe dos Oitavos.
Revela a investigação que a uma altitude em torno dos 1000 pés, ao chegar à linha costa e quando iniciavam o rumo a Norte, com volta pela direita, o motor perdeu potência apresentando um funcionamento irregular.
Ao não ser possível manter a altitude, o piloto opta por rumar a
Sul procurando um local para uma aterragem forçada. Após declarar a emergência
(MAYDAY) ao CTA e discutidas as opções entre os ocupantes da aeronave quanto ao
local para a aterragem, o campo de golfe nas proximidades da linha costa foi
entendido pelo piloto como adequado.
Foram estimados dois minutos e dez segundos desde a falha do motor
e a aterragem de emergência. Segundo informação do piloto, não foi tentado o
arranque do motor em voo ou qualquer ação de avaliação da condição do mesmo,
estando a atenção concentrada na escolha do local para a aterragem de
emergência.
Durante a aterragem de emergência, desde o primeiro toque no solo até à imobilização final, a aeronave percorreu cerca de 265 metros e colidiu com duas árvores de grande porte.
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INVESTIGADORES fizeram o trajeto e posição final da aeronave |
Recorda-se que o piloto e os dois
passageiros, também eles pilotos, saíram praticamente ilesos do acidente, enquanto
a aeronave, com capacidade para quatro ocupantes, ficou destruída.
Segundo os investigadores, “pelo histórico recente de problemas de contaminação de combustível da aeronave e que levou à falha de motor, pela condição dos vedantes das tampas dos tanques e, por alegada falta de material para a sua substituição, o prestador de serviços de manutenção, com o acordo do novo proprietário e aceitação do piloto, improvisou um procedimento não autorizado no manual, aplicando fita adesiva sobre os bocais para evitar a entrada de água nos tanques”.
Os investigadores apuraram,
ainda, que ao nível da manutenção houve falhas “na avaliação da condição dos
vedantes das tampas, nos procedimentos de limpeza dos tanques, na deteção da
condição do carburador e no retorno ao serviço da aeronave utilizando
procedimentos não aprovados”.
A aeronave ligeira foi registada
em março de 2019 pela escola de aviação AWA (Aeronautical Web Academy -
Cascais), mas voou poucas horas desde então, não tendo realizado qualquer voo naquele
ano.
Realizou apenas dois voos este
ano, ambos voos de aceitação.
A
AWA é uma escola de formação no âmbito aeronáutico em funcionamento desde 2008,
que tem a sua sede no Prior Velho, em Lisboa.
Funciona com
capitais próprios, em instalações adequadas à formação, possuindo uma frota
orgânica de aeronaves que operam a partir das operações situadas no aeródromo
de Cascais, em Tires.
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