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03 JULHO 2019 |
À primeira vista a solução
parece perfeita: O clube obtém financiamento através da concessão do
supermercado sem qualquer despesa para a autarquia. O clube ganha, a empresa
também e a Câmara não gasta.
Seria óptimo, mas existem
alguns senãos.
Em primeiro lugar há uma
enorme tendência para os clubes fazerem maus negócios quando se metem em
especulação imobiliária ou se dedicam a atividades que nada têm que ver com
desporto. Foi assim com o próprio Estoril Praia quando obteve autorização para
construir apartamentos no final dos anos noventa, foi assim com o Abóboda
quando obteve a concessão de um supermercado, que enquanto vereador do desporto
troquei pela construção de uma piscina municipal, foi assim quando o Sassoeiros
urbanizou o terreno do pavilhão antigo, e foi também assim quando o Dramático
obteve a concessão de uma bomba de gasolina. Assim que os clubes receberam
dinheiro este desapareceu em menos de um pau de fósforo, fruto da enorme
pressão para realizar despesa que afecta todos os clubes.
Na verdade, esta é uma
solução errada do ponto de vista urbanístico, desportivo e também económico.
É errado pelo urbanismo, pois permite que terrenos destinados à construção de equipamento público, neste caso de um pavilhão desportivo ou de uma piscina que tanta falta fazem, sejam afetos a outros usos. Sabendo das dificuldades em arranjar terrenos para a construção de infraestruturas desportivas, faz-me confusão que quando estes estão disponíveis sirvam para outros usos.
É errado pelo urbanismo, pois permite que terrenos destinados à construção de equipamento público, neste caso de um pavilhão desportivo ou de uma piscina que tanta falta fazem, sejam afetos a outros usos. Sabendo das dificuldades em arranjar terrenos para a construção de infraestruturas desportivas, faz-me confusão que quando estes estão disponíveis sirvam para outros usos.
É também errado do ponto
de vista desportivo, porque estes negócios levam a que os clubes centrem a sua
atividade em matérias que nada têm que ver com a sua vocação.
Por fim, é errado do ponto de vista económico, pois a utilização de terrenos atribuídos pelo Estado e autarquias a negócios privados sem qualquer concurso cria situações de favorecimento que destorcem as regras da concorrência.
Por fim, é errado do ponto de vista económico, pois a utilização de terrenos atribuídos pelo Estado e autarquias a negócios privados sem qualquer concurso cria situações de favorecimento que destorcem as regras da concorrência.
É fundamental que se
reinicie um programa de construção de novas infraestruturas desportivas,
afetando todos os terrenos disponíveis atualmente e obtendo financiamento
comunitário que complete o necessário investimento municipal.
Outros artigos de JOÃO SANDE E CASTRO
+A árvore e a
sinagoga
*Os artigos de opinião publicados são da inteira responsabilidade dos seus autores e não exprimem, necessariamente, o ponto de vista de Cascais24.
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