Igreja do Estoril fechou portas durante missas por atingir limite de fiéis

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IGREJA da Boa Nova encheu literalmente e teve que fechar portas

04 abril 2021 | 16h19
A igreja da Boa Nova, no Estoril, teve de fechar as portas duas vezes antes do início das celebrações da Semana Santa, por se ter ultrapassado a lotação máxima permitida nas assembleias de fiéis, nas missas presenciais, seguindo as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa para evitar o contágio pelo vírus chinês do covid19. 

Este facto inédito, que terá sido registado pela primeira vez no País desde o início da pandemia, teve lugar na quinta-feira, pelas 19h30, durante a missa da Ceia do Senhor e repetiu-se, no dia seguinte, pelas 15 horas, por ocasião da celebração da Paixão do Senhor.

Com efeito, no primeiro dia, as pessoas continuavam a entrar no templo mesmo quando não havia espaço livre para se acomodarem nos bancos, num claro desrespeito pelas regras escritas, e afixadas aos assentos com autocolantes, para manter o distanciamento de segurança e evitar o contacto físico, a fim de preservar a saúde pública.

A decisão de fechar as portas da igreja foi tomada numa altura em que muitas pessoas estavam sentadas praticamente “coladas umas às outras”, sem qualquer distanciamento, apesar de haver algumas famílias numerosas, com bastantes filhos menores e ainda crianças. 

PADRE Paulo Malícia justificou: “Temos de nos proteger uns aos outros…”

Na oportunidade, o padre Paulo Malícia, pároco da Boa Nova e de Santo António do Estoril, comunicou aquele facto através dos microfones do púlpito, esclarecendo que o fecho das portas foi decidido ainda antes do início da celebração, quando o número dos fiéis no interior da igreja atingiu o “limite dos limites”, por causa da pandemia.

“Temos de nos proteger uns aos outros…”, justificou aquele responsável da Igreja Católica, adiantando que não foi uma medida fácil de tomar. Aproveitou para aconselhar os fiéis, no futuro, a deslocarem-se com mais tempo de antecedência para participar nas missas, e insistiu na necessidade de todos guardarem um “espaço de segurança” durante a participação nas missas.

Celebrações à distância

Por esse motivo também o sacerdote que presidia à missa de Quinta-Feira Santa, concelebrada por seis outros padres e um diácono, apelou ao respeito de algumas regras básicas, nomeadamente circular em sentidos opostos evitando aglomerações, durante a distribuição da sagrada comunhão, que foi feita também no exterior da igreja onde permaneceram os fiéis que não puderam entrar.

Aliás, no dia seguinte, na celebração da Paixão do Senhor, quando as portas da igreja foram fechadas pela segunda vez, quem ficou no exterior foi encaminhado para o auditório da Boa Nova, a partir do qual os retardatários participaram na celebração, igualmente transmitida em directo no canal do Youtube da paróquia. 

No momento da adoração da Cruz prevaleceu um momento de silêncio para oração e veneração, em vez do tradicional beijo no madeiro, cumprindo as regras impostas para protecção da pandemia, segundo indicação da Direcção-Geral de Saúde.

Na homília, invocando o evangelho do dia, o padre Paulo Malícia falou do mistério do sofrimento, dizendo que, “todos os homens, no seu sofrimento, são chamados a participar no sofrimento que Cristo padeceu na cruz, pela qual redimiu o mundo e abriu as portas da eternidade”.

Apelo contra a indiferença

Nesse contexto, “não se pode ficar indiferente… A Cruz de Jesus está presente nas cruzes deste mundo. Estar pois junto à cruz de Jesus não é só para agradecer, por ter assumido as nossas dores, mas pedir perdão e fazer um compromisso de amor com todos os homens, e mulheres, que hoje sofrem”.

Sexta-Feira Santa, que recorda a paixão de Cristo e o seu calvário até ser crucificado, é o segundo dia do Tríduo Pascal, ciclo central do calendário católico ligado à morte e ressurreição de Jesus Cristo. Quinta-Feira Santa evoca a instituição da Eucaristia e do sacerdócio, este ano sem o tradicional gesto do lava-pés devido à pandemia.

As igrejas reabriram em 15 de Março, uma segunda-feira, para as celebrações públicas presenciais da missa, após estas terem sido suspensas, desde 21 de Janeiro, durante quase dois meses pela Conferência Episcopal Portuguesa, apesar de não terem sido proibidas pelo Governo no âmbito das medidas do estado de emergência para combater a crise sanitária. 

O regresso das celebrações comunitárias, suspensas pela primeira vez, devido à pandemia, em Março de 2020, até final de Maio seguinte, vai decorrer em sintonia com as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa de 8 de Maio de 2020, “em consonância com as normas das autoridades de saúde”

Assim sendo, entre as 80 indicações dadas pela CEP constam a higienização dos espaços, das pessoas e dos objetos de culto, devendo cada participante na misa estar circunscrito a uma espaço de quatro metros quadrados, sendo obrigatório o uso de máscara para todos e a adaptação de rituais litúrgicos para evitar o contacto físico.

De acordo com o atual plano de desconfinamento, a partir de 19 de abril são permitidos casamentos e baptizados com 25% de lotação, e com 50% de lotação a partir de 3 de maio.

Recorda-se que o dever geral de recolhimento mantém-se para todos os cidadãos, pelo menos, até à Páscoa, estando prevista a reabertura progressiva de todos os sectores, desde que a situação epidemiológica do país o permita, segundo foi anunciado pelo próprio primeiro-ministro, António Costa.



 

 

 


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