PACTO DE MORTE ENTRE CASAL MILIONÁRIO
VALDEMAR PINHEIRO
Começa a deslindar-se o mistério à volta do homicídio da milionária brasileira Maria Estela Lacombe Larsson, 64 anos, na mansão da Quinta Patino, e do suicídio do marido, o cidadão sueco Anders Christer Larsson, 58 anos, no Cabo da Roca.
A
Polícia Judiciária (PJ) não descarta que tenha havido um pacto de morte entre o
casal milionário. É que Maria Estela padecia de doença grave e estava
fortemente medicada.
Afastada
que está a suspeita de eventual participação na tragédia de terceira pessoa, a
tragédia confinou-se ao casal e os investigadores estão em crer que, ou o
marido, perante mais um ataque da mulher e na tentativa de a socorrer a matou
acidentalmente e suicidou-se a seguir, por não aguentar o peso da culpa, ou o
casal fez um pacto para acabar com o doloroso sofrimento da doença e Larsson
matou deliberadamente a mulher e matou-se depois, atirando-se de um penhasco
para o mar.
Estas
são as únicas duas hipóteses que estão em cima da mesa dos inspetores da PJ,
sendo certo, no entanto, que não havendo terceira pessoa envolvida, o
procedimento criminal extingue-se e o inquérito é encerrado. Este será, em
princípio, o desfecho do caso que tanta tinta está a fazer correr nos meios de
comunicação social em Portugal e no Brasil.
Entretanto,
a autópsia ao corpo da milionária brasileira aponta para morte por asfixia,
mas, soube o JN, “ainda não é conclusiva, tudo dependendo de alguns exames
toxicológicos”, segundo fonte próxima da investigação, citada pelo Jornal de Notícias (JN) que este
domingo avança com pormenores e novidades sobre o caso e relembra, ainda, os
mais mediáticos crimes dos últimos anos na Costa do Estoril.
Antiga
tradutora, Maria Estela Lacombe Larsson foi encontrada morta por um segurança
do condomínio de luxo, no quarto, no topo norte da mansão, do lote 76, virado
para a piscina.
Na
posição de decúbito dorsal, a milionária, ainda em camisa de noite, apresentava
alguma rigidez cadavérica e ligeiros livores, bem como uma discreta marca
cutânea no pescoço. Pernas estendidas e braços abertos, para cima, num angulo
aproximado de 90 graus. Por debaixo, um enorme tapete de quarto, enrolado numa
das pontas.
O
casal milionário estava casado há 30 anos e, segundo uma amiga, em São Paulo,
de onde a milionária era natural, mantinha uma “relação maravilhosa de grande
paixão”.
Estela
e o marido dividiam a sua vida entre grandes viagens, embora muito raramente
viajassem para o Brasil, e a mansão no condomínio mais luxuoso do País.
Magnata
do ramo imobiliário e ligada a várias sociedades de participações e
investimentos, incluindo a Tranesco, Empreendimentos, Lda, com sede na Rua
Haddock Lobo, em São Paulo e a operar no mercado brasileiro desde 1989, Maria
Estela Lacombe Larsson tinha ganho dois dias antes da sua morte a batalha
judicial contra os 7 irmãos pela herança da mãe, Maria Stella de Carvalho
Lacombe, falecida em 2007. O juiz José Walter Chacon Cardoso, da 9.ª Vara da
Família e Sucessões do Fórum João Mendes Júnior, em São Paulo, tinha-lhe atribuído
a gestão de todo o património e condenado quatro dos irmãos a pagar todas as
custas do processo.
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A mansão (ao centro) onde o casal milionário vivia, na Quinta Patino |
Também
o marido, o sueco Anders Christer Larsson, era um reputado mediador e
conselheiro imobiliário, que geria a Southwater Properties, Lda”, com sede e
escritório montado na própria mansão do casal na elegante e discreta Quinta do
Patino, em Alcabideche, adquirida pelo grupo Espírito Santo e onde cada
residente paga a módica quantia de 1.500 euros mensais de condomínio. Um luxo
fortemente protegido por uma vasta equipa de segurança privada, que garante a
tranquilidade de cerca de centena e meia de ricos e famosos, entre eles
ex-ministros, reputados advogados e empresários de renome, portugueses,
brasileiros e alemães que, nos cerca de 60 hectares da quinta usufruem de
amplos jardins, parque infantil, ginásio com piscina exterior, um lago, três
courts de ténis e campo de futebol.
*Cascais24
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