OPINIÃO
Mas Cascais tem sido
também um refúgio seguro para aqueles, em momentos de grande perigo, aqui procuraram
e encontraram um lugar seguro para viver. Foi assim durante a Segunda Guerra
Mundial para aqueles que fugiam da Alemanha de Hitler, foi assim durante o período
de descolonização para aqueles que fugiam de Timor-Leste ocupado pela Indonésia
de Suharto, foi assim durante as guerras civis na antiga Jugoslávia e foi assim
mais recentemente durante a guerra civil na Síria de Bashar al-Assad. Foi assim
nestas e em muitas outros momentos da história do concelho.
À invasão da Ucrânia pela
Rússia de Putin e a crise humanitária de enormes proporções que se avizinha,
Cascais e os Cascalenses não poderão deixar de responder. Cascais vai voltar a
ser o porto de abrigo para aqueles que aqui procuram a paz e a segurança.
O Alto Comissariado da ONU
estima que poderá haver mais de 4 milhões de refugiados como resultado desta
guerra. Assumindo uma distribuição proporcional à população na União Europeia,
cerca de 2.000 seriam a “quota-parte” de Cascais. Esse deve ser o objetivo em
Cascais, podermos acolher rapidamente pelo menos 2.000 refugiados, isto apesar
de todos nós desejarmos que nunca cheguemos a esse número.
Isto significa garantir
não só o alojamento temporário, mas também o acesso à educação e à saúde. Se
desses refugiados, houver 1.000 que são menores, agora é a altura de começar a
planear turmas adicionais nas escolas do concelho para garantir o acesso dos
mesmos ao sistema de ensino o quanto antes e a planear a sua melhor integração
possível nomeadamente no que diz respeito às aprendizagens em português. Agora
é também a altura de planearmos o acesso à saúde para quem dele possa vir a precisar.
Nesse sentido, a Iniciativa
Liberal irá apresentar na próxima Assembleia Municipal uma moção propondo que a
Câmara Municipal de Cascais aloque um valor inicial de 5 milhões de euros
durante 2022 para o acolhimento e integração de refugiados da guerra na
Ucrânia.
Esta não é, como nunca
devia ser, a altura de repetir a estratégia que a Câmara Municipal de Cascais seguiu
durante a pandemia, com “medidas” de grande despesa, muita propaganda, mas
fracos resultados.
Esta é a altura para a
Câmara Municipal de Cascais trabalhar em colaboração com todos, sejam eles
organizações cívicas, equipas de voluntários, o Estado central ou as autarquias
vizinhas.
Esta é a altura para a
Câmara Municipal de Cascais agir e se mostrar à altura dos acontecimentos e das
suas responsabilidades.
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MIGUEL BARROS
+SEM EXPLICAÇÕES ao Fundo do Túnel
+Um futuro diferente
para Cascais
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