Carreiras diz que há uma “falsa perceção” de insegurança no concelho e culpa “em parte os meios de Comunicação”

SEGURANÇA


Por REDAÇÃO
02 outubro 2020

O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, afirmou que “há uma falsa perceção na comunidade de que a criminalidade aumentou em Cascais devido à pandemia”, o que, em parte, acrescentou, “deve-se à divulgação nos meios de comunicação de notícias sobre criminalidade violenta que, na maioria dos casos, fazem eco de publicações nas redes sociais que se tornam virais, mas que são exceções e não espelham a realidade”.

Para Carlos Carreiras, que falava na reunião do Conselho Municipal de Segurança, que teve lugar esta terça-feira, de manhã, no Auditório da Casa das Histórias Paula Rego, “é preciso mudar esta perceção errada de que a criminalidade está a aumentar no concelho. Até porque a segurança é uma das bandeiras de Cascais e essencial para que este seja um concelho atrativo para viver, investir e visitar”. 

Segundo o edil, que citou uma análise apresentada para os primeiros nove meses do ano, pelas forças de segurança com assento no Conselho Municipal de Segurança, “em Cascais, no período entre janeiro e setembro, diminuíram os números de ocorrências tipificadas como crimes contra as pessoas e o património, em relação a período homólogo de 2019”.

De acordo com a mesma análise, “esta diminuição não se verificou somente no período de março e abril, com o confinamento, mas estendeu-se também aos meses de verão e as razões parecem prender-se com o abrandamento da atividade económica e com a diminuição de circulação de pessoas, nomeadamente turistas”. 

E, o chefe do governo local de Cascais questionou então porque é que existe na comunidade uma perceção de maior insegurança no concelho nestes últimos meses? 

“Em parte deve-se à divulgação nos meios de comunicação de notícias sobre criminalidade violenta que, na maioria dos casos, fazem eco de publicações nas redes sociais que se tornam virais, mas que são exceções e não espelham a realidade, nem está de acordo com os dados estatísticos hoje apresentados pelas Forças de Segurança atuantes no concelho, designadamente a GNR, PSP, Polícia Marítima, Polícia Municipal e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”, justificou, de seguida. 

Porém, Carlos Carreiras deixou um alerta ao afirmar que “temos que estar atentos e preparados”, pois “a situação de pandemia que estamos a viver traz consigo uma outra pandemia social e económica motivada pela diminuição de rendimentos dos cidadãos que assentavam numa economia informal desprotegida, por desemprego, devido à lay-off ou ao crescimento de situações de insolvência de pequenos negócios. 

“Este é o terreno propício ao crescimento da criminalidade num futuro próximo que se pode estender a um período de 2 a 5 anos”, garantiu Carlos Carreiras, que defendeu “o fortalecimento da rede de colaboração entre todos os agentes de segurança e demais entidades que concorrem para a criação de condições de segurança e proteção de cidadãos e bens”. 


As medidas para mudar a "perceção errónea"

Como medidas para mudar a “perceção errónea” de insegurança, Carlos Carreiras defendeu “mais comunicação e colaboração por parte das forças de segurança, assim como mais patrulhamento e visibilidade dos agentes, atuando em maior proximidade com os munícipes”.

O edil reafirmou “toda a disponibilidade por parte da Câmara Municipal para colaborar com as forças de Segurança e uma atuação mais alargada na área social para minorar as consequências económicas e sociais da pandemia, sobretudo, nas zonas mais vulneráveis e de risco como os bairros sociais”.

“Nunca como agora visitei tantas vezes os bairros sociais, nem nunca como agora envolvi as comunidades desses bairros para juntos conseguirmos ajudar quem mais precisa”, concluiu o chefe do executivo.



Incongruências

Em julho, por ocasião de desacatos graves e violentos – um dos muitos registados no concelho- ocorridos na praia do Tamariz, o senhor presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, veio a terreiro condenar os atos marginais e aproveitou, sobretudo na sua página do Facebook, para criticar “a falta de efetivos e de aparente liderança no Comando da Divisão Policial de Cascais”. “Compreendo o esforço suplementar que as Forças de Segurança têm sido chamadas neste período de pandemia mas temos vindo a alertar e a reclamar mais efectivos para certas zonas de Cascais de modo a controlar estes criminosos, mas também me chegam relatos de que falta comando e liderança na Divisão de Cascais da PSP”, escrevia o senhor presidente. Parece, no entanto, que mudou de opinião. É que, tomando como fidedigna (e não como uma fakenews) uma notícia publicada na página oficial do município, o chefe do governo local de Cascais acha que, afinal “há uma falsa perceção na comunidade de que a criminalidade aumentou em Cascais devido à pandemia”. Mais: atribui, em parte a “divulgação nos meios de comunicação de notícias sobre criminalidade violenta que, na maioria dos casos, fazem eco de publicações nas redes sociais que se tornam virais, mas que são exceções e não espelham a realidade, nem está de acordo com os dados estatísticos apresentados pelas Forças de Segurança atuantes no concelho, designadamente a GNR, PSP, Polícia Marítima, Polícia Municipal e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”. Incongruências, senhor presidente! Afinal, se há uma “falsa perceção” de insegurança, não precisamos de mais polícias! E as notícias publicadas na Comunicação Social não passam de “fakenews”, tudo inventado pelos jornalistas, sim porque em Cascais está tudo sob controlo! Haja paciência!



 

 

 

 

 

 

     


2 comentários:

Da Serra disse...

“mais comunicação e colaboração por parte das forças de segurança, assim como mais patrulhamento e visibilidade dos agentes, actuando em maior proximidade com os munícipes”
Ah, pois... não se vê um polícia, e os que se vê, estão agarrados aos telemóveis!

João Casanova Ferreira disse...

Segundo Carreiras isto com o exame prévio de Marcello Caetano ou a censura de Salazar ia lá. Ele é dos que acha que a comunicação proveniente das autoridades policiais é muito mais correcta e credível do que a que em democracia emana da sociedade civil. Como se engana! Ou como tão incapazes são os seus fazedores de opinião, consultores de comunicação e informadores avençados.

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