QUINTA DOS INGLESES. Manif contra “licença para matar” mostrou que é “necessário trazer a política para a rua”

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                                                                                                                                                    (Foto Cascais24)

Por Correspondente Cascais24

CARCAVELOS. O mau tempo (chuva e vento forte) sentido este sábado, 17 de março, não impediu que mais de centena e meia de cidadãos de Cascais protestassem contra a "construção megalómana" na Quinta dos Ingleses em frente da praia de Carcavelos, com os promotores da concentração a sublinharem que esta manifestação «tão abrangente, que une pessoas de tão diversas proveniências, comprova que é necessário trazer a política para a rua. Cascais pode não estar habituada mas Cascais precisa disso”.

Em resposta ao apelo dos movimentos cívicos independentes, os cascalenses percorreram, debaixo de intensa chuva, o extenso pinhal, agora em vias de ser destruído, e concentraram-se frente às antigas instalações dos funcionários da Companhia do Cabo Submarino, onde representantes de diversas organizações locais usaram da palavra.



Nas palavras de um dos organizadores,  esta manifestação «tão abrangente, que une pessoas de tão diversas proveniências, comprova que é necessário trazer a política para a rua. Cascais pode não estar habituada mas Cascais precisa disso».

Foi neste propósito que os manifestantes deram voz consensual à “necessidade de prosseguir e alargar as lutas por Cascais, contra a sua descaracterização e destruição”.

O descontentamento que desde há vários anos se faz ouvir contra o Plano de Pormenor de Restruturação Urbanística de Carcavelos-Sul (PPERUCS) tem-se vindo a acentuar com a mega-contrução da "Nova Escola de Negócios e Economia", também junto à praia de Carcavelos e com a perspetiva do início das obras que irão arrasar a última grande área verde do litoral entre Lisboa e Cascais, naquilo que foi considerado “um projeto completamente insensato”.

O PPERUCS imposto na Assembleia Municipal pelo PSD/CDS, com a diferença de um voto, prevê a betonização desta ampla área ainda arborizada para mais um Centro Comercial, hotéis e torres de sete andares com apartamentos de luxo.



Para os manifestantes é “inaceitável a projetada destruição de um território que deveria constituir-se como um contributo para a valorização do concelho e para a fruição dos cascalenses”.

Alertaram, durante o protesto pacífico, para o que consideram ser, a par da vizinha “Nova Escola de Negócios e Economia”, a primeira etapa de uma ofensiva, já anunciada, que visa promover a construção e a especulação imobiliária contra tudo o que resta de área verde nas três freguesias de Cascais (Carcavelos-Parede, Cascais-Estoril e São Domingos de Rana)  não abrangidas pelo Parque Sintra-Cascais.

Na concentração, quer o grupo de independentes promotor da iniciativa, quer os movimentos cívicos  do concelho, apelaram à “mobilização e intervenção de todos os cidadãos de Cascais na defesa do património ambiental e  na salvaguarda de qualidade de vida nesta comunidade”.

Denunciaram, ainda, “ a forma obscura como todo este processo foi gerido pela Câmara” e salientaram a “completa mudança de atitude do Presidente camarário que antes havia combatido o PPERUCS e hoje é o seu principal instigador”.



No protesto foram, também, enumerados os prejuízos diretos que o PPERUCS vai acarretar, nomeadamente para os habitantes de Carcavelos, para os utentes da praia, para os utilizadores da Avenida Marginal e para o comércio local.

Entre a centena e meia de cidadãos presentes neste protesto, os organizadores, cidadãos independentes de Carcavelos e Parede, saudaram a presença de várias forças políticas concelhias, nomeadamente o PCP, o BE, o PAN, o movimento 'TEC' e o PEV que, com a sua presença, manifestaram a sua solidariedade com esta ação e apelaram a uma “alargada  convergência face aos propósitos anti ecológicos que se avizinham”.




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4 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma demonstração inequívoca da indignação e perplexidade dos municipes perante o regime autocrático que lamentavelmente vigora em Cascais, a juntar a outras tantas demonstrações de falta de dialogo, autoritarismo, imposição, exercido nas zonas : Quinta da Carreira , Guia, Alto da Castelhana, Birre ... mais do mesmo .
A gestão deste processo PPERUCS pela edilidade, citada pelo artigo de forma obscura e pouco transparente, envolveu numa primeira fase uma traição de voto, que todos perceberam que algo estava em movimento ...como sempre está tudo bem instruído a nivel processual .
Mas a luta dos municipes e de alguns verdadeiros politicos de Cascais não pode ser em vão .
Recentemente o Sr.Presidente da República, que em plena campanha eleitoral surgiu ao lado do actual presidente de Câmara numa Escola da Parede , interviu na causa de defesa do Património em Cascais ( Forte de Santo António ) muito se estranha o seu silêncio relativamente a este caso e outros , como a revolta dos moradores da Guia face à organização Chabad ...
tudo isto é muito estranho , ou existe discriminação e défice de democracia em CASCAIS ?
Comenta-se tudo o que não interessa, e o que interessa fica sem resposta num estado direito democrático .

A BEM DE CASCAIS , pela transparência

esteves,ayres disse...

Como Primeiro Candidato à Assembleia municipal de Cascais para as autárquicas de 2017:
Quero salientar que o PCTP/MRPP esteve presente na Manifestação/Concentração, provavelmente por lapso não foi mencionado a sua presença. Lamentos!
Porque a própria organização do evento referiu esse apoio presença do PCTP/MRPP..
Junto documento retirado do facebook, para que não persistem dúvidas :
"Grupos Independentes, Movimentos Cívicos e Partidos que já responderam e apoiam esta iniciativa:
- Fórum por Carcavelos;
- Cidadania Cascais;
- Grupo Ecológico de Cascais;
- Plataforma Cascais;
- Surf Total, divulgou a iniciativa;
- Todos os partidos de oposição e por ordem de recepção:
a) PAN: "Caros membros do movimento Independentes Carcavelos e Parede, ...estaremos presentes na manifestação por vós organizada"
b) CDU: "Vamos estar presentes com uma delegação de eleitos."
c) BE: "Declaramos a nossa concordância com a fundamentação e objectivos da manifestação que estão a organizar. No mandato autárquico anterior o representante do BE na AF da U.F. Carcavelos e Parede pugnou no mesmo sentido, assim como os/as nossos/as representantes na Assembleia Municipal de Cascais. Iremos participar na manifestação e iremos divulgar..."
PS: "Foi decidido partilhar a informação aos militantes, e permitir a quem entender estar presente nessa importante iniciativa de cidadania."
PCTP/MRPP: "não vamos deixar de estar presentes e convidar todos militantes, simpatizantes, amigos e os elementos do povo do concelho de cascais para estarem connosco"

Sempre Pela Verdade!

Anónimo disse...

Ainda não consegui perceber o que quem se opõe a este a outros projectos que estão aprovados para o concelho propõe. Acho que todos preferiríamos que o Jumbo, a Praça de Touros, a Quinta dos Ingleses etc. se tornassem espaços verdes que de que os cidadãos pudessem disfrutar e é normal que o povo desinformado e que não sabe o que está em causa se manifeste contra. Agora é de um profundo populismo que partidos e movimentos com aspirações políticas manipulem o povo desta maneira. Estamos a tratar de terrenos com direitos de construção adquiridos, no caso da Quinta do Ingleses há 30 anos e que envolvia um processo judicial de centenas de milhões, uma verba superior ao orçamento da autarquia, sendo que sem acordo o promotor poderia no limite construir o índice inicialmente previsto e ainda ser ressarcido nas perdas provocadas. Pretende-se o quê? Expropriar estes terrenos pelo seu valor? Com que dinheiro?

Anónimo disse...

Se tem provas da traição do voto de elemento da Junta de Freguesia, se tem provas de quem apoiava incondicionalmente e de repente mudou de estratégia e ocupa um lugar determinante no processo, se tem provas de que existem de facto direitos adquiridos, então que as apresente ; ou então no limite, respeite os outro municipes que têm ideias diferentes das suas, e que participam activamente naquilo que entendem ser o melhor para o concelho e para o futuro dos seus filhos .

A BEM DE CASCAIS

FOI NOTICIA

UM JORNAL QUE MARCA A DIFERENÇA

UM JORNAL QUE MARCA A DIFERENÇA