As Festas de um Mar de Plástico

                                03 Setembro 2018
No final do primeiro ano de exercício municipal desafiámos o executivo de Carlos Carreiras a reduzir, e se possível eliminar, o uso de plásticos, descartáveis ou não, nas instituições camarárias e, consequentemente, em eventos promovidos ou co-promovidos em Cascais. Este desafio foi prontamente aceite sendo que o executivo afirmou mesmo já estar a trabalhar para esse efeito. Algo que parabenizámos e valorizamos.

Porém, como foi conhecido através das redes sociais e nalguns meios de comunicação social (sim porque de vez em quando também se fala dos problemas de Cascais nos media) a tentativa de estabelecer uma tara recuperável nos copos de bebidas nas Festas do Mar não correu da melhor maneira. Foram vários os comentários de taras que não foram devolvidas e de não se puder voltar a encher o mesmo copo (o chamado refill). Esta sinergia foi promovida pela Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCCB) e pelo executivo como inovadora mas de facto não o é. Aliás, desconhecemos os contornos do acordo mas pelo que foi partilhado na comunicação social o intuito era “implementar um programa de incentivo à entrega dos copos vazios nos pontos de venda das Festas do Mar de forma a garantir o adequado destino final dos copos biodegradáveis” mas nem o sistema funcionou como a meio do festival foi deixado de ser cobrado 50 cêntimos por copo devido às queixas (mas mesmo assim sem possibilidade de fazer refill).

Festas do Mar, em Cascais
É certo que a nível nacional o PAN passou uma lei, com as abstenções do PCP e do PEV, que garante a implementação de um sistema de tara recuperável para embalagens de plástico, metal e vidro, mas em Cascais, cremos que a solução passava por simplificar e diversificar a oferta como já é feito noutros festivais. Por exemplo no festival Andanças não existem descartáveis e os objectos comprados, nomeadamente canecas/copos de metal ou de barro, podem ser não só cheios recorrentemente como são aceites em eventos futuros.

Certos que este trabalho societal exige mais que simplistas manifestações públicas, como limpar lixo marinho na praia da Conceição com equipas de televisão atrás, cremos que a consciência que urge mudar comportamentos é comum e cada vez mais profunda. E por isso, pela tentativa de alterar comportamentos há que valorizar o erro do executivo. Testaram e isso importa. Agora há que aprender com a experiência.

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