Segurança
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01 março 2019 |
As autoridades espanholas detiveram em Badajoz, onde vivia há 15 anos com falsa identidade, o português José Manuel Andreia Soares, antigo colaborador da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e docente da Escola Superior de Comunicação Social, que era procurado desde que fugiu de sua casa, no Monte Estoril, em 2002, depois de condenado pelo Tribunal de Cascais a 3 anos e 8 meses de prisão por abuso sexual de uma criança de 9 anos, apurou Cascais24.
O fugitivo, contra o qual pendia uma Ordem Europeia de Detenção, foi agora descoberto e detido quando procurava obter carta de condução espanhola, exibindo documentos portugueses falsos.
Andreia Soares, atualmente com 79 anos, foi julgado e condenado por um coletivo do Tribunal Judicial de Cascais, por abuso sexual de uma criança de 9 anos, mas na altura o seu advogado recorreu do acórdão para o Supremo Tribunal de Justiça, o que lhe permitiu manter-se em liberdade depois de, ainda na fase de investigação o então juiz de Instrução Criminal de Cascais, Paulo Nunes, ter-lhe aplicado uma caução de 40 mil euros.
No entanto, o Supremo acabaria por dar razão à 1ª. instância, o que levou o 2º. Juízo Criminal de Cascais a emitir Ordem de Detenção de Andreia Soares.
É que, entretanto, o homem ausentara-se do seu domicílio, uma moradia no Monte Estoril, bem como de todos os locais que habitualmente frequentava em Portugal.
Desde logo as autoridades admitiram a fuga de Andreia Soares, porventura para Angola ou Estados Unidos. Afinal, esteve 15 anos aqui mesmo ao lado, em Badajoz.
O antigo colaborador da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e docente da Escola Superior de Comunicação Social foi investigado em 1998 pela Polícia Judiciária (PJ), que confiscou fotos e vídeos comprometedores na sua moradia do Monte Estoril.
A investigação da PJ revelou, então, que Andreia Soares teria abusado durante, pelo menos um ano da criança, o que, de resto, lhe veio a provocar "descontrolos psicológicos". Revelou, também, que a aproximação à criança foi facilitada pelo facto dele estar unido por relações profissionais e pessoais com os pais.
Andreia Soares, pela mão de Rui Machete, seu velho amigo dos tempos de universidade - também sua testemunha abonatória no julgamento, juntamente com o padre Vítor Melícias- foi dirigir o Centro para a Educação, Gestão e Investimento em Angola (CEGIA), um departamento da FLAD, que conciliou com a atividade de docente da Escola Superior de Comunicação.
Este à época "influente" suspeito foi detido pela primeira vez, para averiguações, na sede da FLAD, a 31 de março de 1998. Mais tarde, a 11 de maio, os inspetores da PJ voltaram à FLAD e conduziram Andreia Soares ao juiz de Instrução Criminal de Cascais, Paulo Nunes. Este, apesar do pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público, decidiu libertar Andreia Soares mediante o pagamento da caução de 40 mil euros.
O escândalo, à época, foi denunciado em primeira mão no então vespertino "A Capital" pela jornalista Adriana Valle.
O escândalo, à época, foi denunciado em primeira mão no então vespertino "A Capital" pela jornalista Adriana Valle.
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