SEGURANÇA
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20 maio 2020 |
Embora todas as evidências
apontem para a alegada autoria de um neto, que vivia como sem-abrigo e com
antecedentes de violência e de ameaças, os inspetores da Secção de Homicídios
da PJ estão a seguir várias pistas para esclarecer o assassínio de Francelina
Santos, 87 anos, encontrada cadáver, jazendo num charco de sangue, com uma faca
espetada no pescoço, esta terça-feira, à tarde, na habitação, no Bairro dos
Pescadores, em Cascais, confirmou, a Cascais24, fonte próxima da investigação.
O homem, 48 anos, que
habitantes do Bairro dos Pescadores e vizinhos da vítima apontaram desde logo
como potencial suspeito pelo crime, ainda não foi localizado pelas autoridades,
não obstante buscas que têm estado a ser desenvolvidas nas últimas horas na
região de Cascais.
A idosa foi encontrada morta
esta terça-feira, pouco depois das três horas da tarde. Uma cabeleireira que
tinha marcado hora para a atender em casa achou estranho ninguém abrir a porta
e alertou um outro neto da idosa – um conhecido atleta olímpico do Sport Lisboa
e Benfica, que possuía a chave da habitação e, ao chegar, deparou com a avó sem
vida. Este neto, que também seria visita frequente da casa da avó, teria estado
com ela pela última vez no sábado, soube, ainda, Cascais24.
Já no local, policias e
bombeiros constataram estar perante um cenário de homicídio.
A presença de peritos do
Laboratório de Polícia Científica e de inspetores da Secção de Homicídios da PJ
de Lisboa e Vale do Tejo só foi solicitada pelas 17h05, tendo, entretanto, a PSP
montado um perímetro de segurança, quer no exterior da habitação, quer na cena
do crime.
Feitas as perícias forenses, durante
as quais foi possível apurar que a vítima ainda terá oferecido resistência ao
agressor, o corpo acabou por ser removido, depois das oito horas da noite,
transportado por uma ambulância dos Bombeiros de Parede para o Gabinete Médico
Legal da Guia, em Cascais, para autópsia.
Só o exame médico- legal ao
corpo poderá agora determinar o dia e a hora aproximadas da morte, bem como a
respetiva causa, embora, à partida, o uso da arma branca no pescoço da vítima,
que ficou quase degolada, não ofereça grandes e/ou quaisquer dúvidas.
Há, no entanto, vizinhos da
vítima que afirmaram às televisões que, uns não viam a idosa desde sábado e
outros desde domingo.
Há mesmo quem assegure ter
ouvido o neto suspeito pelas 6h30 de domingo aos gritos e aos pontapés à porta
da habitação da avó, o que seria uma prática habitual quando a procurava para
pedir comida ou dinheiro.
No entanto, apurou Cascais24,
a idosa há muito que não abria a porta ao neto e, ultimamente, sempre que ele aparecia
à porta da habitação, chamava a polícia.
Todavia, por coincidência ou
não, o homem deixou de ser visto no bairro desde segunda-feira.
Este homem, que sofrerá de
esquizofrenia e é apontado como um sem-abrigo, era presença constante junto da
casa da avó, que lhe fornecia comida através da porta, sem, ao que parece, o
deixar entrar na habitação. “Tinha pena dele e fazia-lhe as vontades”, contaram
moradores, segundo os quais a idosa tinha medo dele, mas acreditava que nunca
lhe faria mal.
Porém, os alegados ataques de
violência e de ameaças à avó agora assassinada seriam conhecidos pelos
habitantes do Bairro dos Pescadores, alguns dos quais terão mesmo também sido
alvos de ameaças com facas por parte do suspeito e eram também conhecidos do
Ministério Público (MP) de Cascais, na sequência de algumas queixas, o que terá
levado a idosa a usar uma pulseira de alerta, equipada com botão de pânico.
Também ao neto alegadamente violento terá sido colocado uma outra pulseira.
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