Opinião
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01 JULHO 2018 |
Citando Marianne Thieme - Primeira deputada do Partido
Animalista Holandês:
“Não existe um planeta B. Por isso, precisamos de um plano B”.
“Acredito que o idealismo é o novo realismo”.
Bem sei o que dirão: que, mais
uma vez, “só nos importam os animais”. Tive já oportunidade de explicar noutros
artigos de opinião que os partidos animalistas não procuram apenas salvaguardar
o bem-estar animal, tal como o partido dos reformados não se preocupa apenas
com os reformados (ou pelo menos assim se espera).
Na verdade, somos partidos
holísticos e integrados nas três causas - pessoas, animais, natureza -, aos
quais interessam, igualmente, assuntos ambientais e sociais. O mesmo já não se
pode dizer da causa animal em relação aos demais partidos: esta raramente é
colocada, sequer como prioridade, nas restantes agendas políticas e, quando é,
os impactos económicos acabam sempre por se impor à ética.
Existem atualmente 19 partidos
animalistas no mundo. Destes, 3 têm representação: o partido holandês, com 1 eurodeputada, 5
deputados nacionais, e vários representantes locais tal como no Senado; o partido australiano, com um representante na
Câmara Alta e, claro, o PAN, com 1 deputado nacional e 27 deputados e
deputadas locais.
Estes partidos reuniram-se
recentemente em Bruxelas e em Haia com Organizações Não Governamentais de
vários países como Marrocos, Turquia, Sérvia e Egipto, para unir esforços nas
várias frentes em prol das causas de proteção animal, ambiental e social. O PAN
está intrinsecamente articulado com estes movimentos e sempre que possível une
esforços em causas comuns.
Isto não é uma moda: é um
movimento crescente tanto ao nível local, como nacional, europeu e mesmo
global. Por isso, este movimento social e cultural trabalha em conjunto e em
forte coordenação. Exemplo: as más condições do transporte de animais vivos que
saem do porto de Setúbal para Israel, ou da Holanda para a Austrália, são um
problema que afecta ambos os países de origem e de destino, por isso é notório
que deva existir uma corrente transnacional, entre estes partidos e outras
ONGs, para travar o transporte de animais vivos entre países. Outro exemplo
lixo plástico produzido aqui pode ser encontrado em águas do Pacífico Norte.
Por último o caso que une o PAN e o partido animalista espanhol PACMA quando
trabalham para encerrar a central nuclear de Almaraz.
Trabalhar para uma sociedade mais
justa, igualitária, empática, não violenta e sustentável é o que nos move.
Diariamente.
Em Portugal já é bem visível o
fruto do nosso trabalho com apenas com um eleito na Assembleia da República. O
mesmo acontece a nível local com as nossas representações. E precisamos de
ainda mais força, para ter mais representatividade local, nacional e europeia
que este novo paradigma exige. Não existe um Planeta B e o PAN está determinado
a trazer os Direitos Humanos, a proteção dos animais e ecologia profunda para a
frente do debate político. Para a nova agenda política de Portugal.
Este é o nosso plano B, já que o
plano A comum às forças políticas tradicionais, não consegue, nem conseguirá,
responder aos actuais desafios sociais e civilizacionais do país, da Europa e
do mundo. E, por tudo isto, contamos convosco: precisamos de mais força e
queremos mais responsabilidade para levar este plano em frente.
*DEPUTADA MUNICIPAL DO PAN
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