ATUAL
Por CASCAIS24
Os
Inspetores da brigada Anticorrupção da PJ que estiveram esta quinta-feira na
Câmara Municipal de Cascais e na Assembleia Municipal, recolheram vários dossiers,
ao que Cascais24 apurou, aparentemente relacionados com o processo de revisão
do Plano Diretor Municipal, entretanto aprovado há dois anos e especificamente
com terrenos em Areia, perto do Parque Natural, para onde estava planeada a
construção da Fundação Aga Khan.
Os
inspetores, que chegaram em quatro veículos pouco antes das dez horas da manhã,
só abandonaram os Paços do Concelho de Cascais por volta das três horas da
tarde, com o próprio presidente do município, Carlos Carreiras, a despedir-se com
apertos de mão na Praça 5 de Outubro.
Em
simultâneo com um comunicado oficial, Carlos Carreiras divulgou, internamente,
uma nota a todos os trabalhadores da autarquia, na qual afirma: “Alguns dos
colegas puderam constatar a visita que hoje tivemos por parte da Policia
Judiciária à instalações da Câmara Municipal de Cascais e que obteve como é
natural toda a cooperação e não quero deixar de agradecer a todas e todos que
foram inexcedíveis nessa atitude de colaboração. Gostaria ainda de dar
conhecimento do comunicado que entretanto emiti sobre a matéria e no respeito
do cumprimento e respeito do segredo de justiça. Quero também reafirmar a
minha determinação em não ceder a interesses que nada têm a ver com os do nosso
Município e dos Cascalenses”.
Já
no comunicado público, o presidente do município confirma as “buscas da Polícia
Judiciária”, as quais, no entanto, classifica como “um ato normal do poder judiciário,
como tantos outros com os quais a Câmara de Cascais tem colaborado ativamente”.
“Desde
que sou Presidente de Câmara já recebi dezenas de visitas dos agentes da
Polícia Judiciária na sequência de denúncias”, revela Carreiras, que
acrescenta: “Todas elas inconsequentes”.
Ainda
segundo o comunicado oficial, “concluídas as diligências de hoje, não houve
constituição de arguidos nem imposição de qualquer medida de coação”.
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Os três veículos da brigada Anticorrupção da PJ junto aos Paços do Concelho (Foto DR) |
No
mesmo comunicado, o presidente da edilidade cascalense revela que “as
investigações surgem na sequência de uma denúncia sobre o processo de revisão,
em 2015, do Plano Diretor Municipal, entretanto aprovado e publicado em Diário
da República”, e precisa tratar-se de “um assunto antigo e que já nos valeu algumas idas a tribunal por participações
de grupos de interesse mais ou menos explícitos. Tivemos sempre ganho de causa”.
“Perante
gritante incapacidade política, há quem queira utilizar a justiça para fazer
oposição”, denuncia Carreiras, rematando que “perderam sempre”.
O
presidente da Câmara Municipal de Cascais revela, ainda, que “a justiça não
lhes dá razão nos tribunais e o povo não os reconhece nas urnas” e que “perante
a nossa intransigência perante os grupos de interesses (internos ou externos),
há sempre quem queira utilizar a Justiça para por muitos a pagar pelos poucos”.
E,
Carlos Carreiras reafirma que “continuaremos a defender intransigentemente o
Município de Cascais e os Cascalenses” e “a colaborar permanentemente com a
Justiça”, concluindo que “não nos desviam do nosso curso, por mais queixas infundadas que façam”.
Segundo
Cascais24 apurou, na Brigada Anticorrupção da PJ existem, em investigação,
outros inquéritos relacionados com o município de Cascais, os quais poderão ter
desfecho a curto ou médIo prazo.
Gabriela Canavilhas (PS)
"Não é normal os assuntos da gestão autárquica serem alvo de buscas pela Polícia Judiciária. Um executivo camarário que pretenda “normalizar” esta situação, anormal e grave, está a tentar branquear factos que importam esclarecer.
Não posso aceitar que buscas desta natureza sejam consideradas “normais” pelo executivo PSD/CDS, e devem ser dadas explicações urgentes aos cascalenses sobre os factos que motivaram esta investigação da Policia Judiciária.
Normal é NÃO haver buscas da Policia Judiciária. Dizer o contrário é tentar fazer dos cascalenses ingénuos. Acontece que não o são. E vão exigir explicações".
Clemente Alves (CDU)
"Ridículo e
completamente absurdo o comunicado do presidente da Câmara que considera que
"as dezenas de visitas da Polícia Judiciária", para mexerem nos
computadores e documentos dele próprio e dos vereadores do seu grupo politico
constituem uma simples e normal operação de charme da nossa Polícia de
investigação criminal. Classificar
a visita de mais de uma dezena de inspectores às instalações da Câmara como um
"não facto em busca de uma inexistência" é o mesmo que tentar atirar
areia aos olhos dos munícipes. Para "dezenas" de visitas "de cumprimentos", seguramente
que o apreço da PJ pelo Presidente Carreiras será muito maior que o volumoso
PDM".
João Sande e Castro (Independente TAMBÉM ÉS CASCAIS)
"É importante que fique esclarecido sobre que processo, ou que processos, decorrem as buscas. Quem quem aprovou o quê e o que buscam exactamente os agentes da Polícia Judiciária.
Não nos basta o discurso redondo e as explicações vagas do executivo. Temos o direito a saber o que se passa. Nós e os 1500 trabalhadores da autarquia".
A posição dos candidatos ao voto de outubro
Gabriela Canavilhas (PS)
"Não é normal os assuntos da gestão autárquica serem alvo de buscas pela Polícia Judiciária. Um executivo camarário que pretenda “normalizar” esta situação, anormal e grave, está a tentar branquear factos que importam esclarecer.
Não posso aceitar que buscas desta natureza sejam consideradas “normais” pelo executivo PSD/CDS, e devem ser dadas explicações urgentes aos cascalenses sobre os factos que motivaram esta investigação da Policia Judiciária.
Normal é NÃO haver buscas da Policia Judiciária. Dizer o contrário é tentar fazer dos cascalenses ingénuos. Acontece que não o são. E vão exigir explicações".
Clemente Alves (CDU)


"É importante que fique esclarecido sobre que processo, ou que processos, decorrem as buscas. Quem quem aprovou o quê e o que buscam exactamente os agentes da Polícia Judiciária.
Não nos basta o discurso redondo e as explicações vagas do executivo. Temos o direito a saber o que se passa. Nós e os 1500 trabalhadores da autarquia".
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1 comentário:
É preciso desaforo. Afirmar que Polícia Judiciária é visita frequente da casa; defender o segredo de justiça e depois afirmar que tudo se resume do DOM alterado em 201t; confundir as habituais forças de bloqueio com jogadas de campanha negra; aproveitar a vasta operação policial para fazer campanha eleitoral com as tais denúncias que nunca tiveram vencimento. É tudo demasiado vergonhoso e trágico que explica aos menos atentos qual a razão de Cascais continuar em aparatosa queda democrática, de cidadania e no ranking da transparência.
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