Atual
Por Redação
11 junho 2019
Os 655 anos da elevação de Cascais a Vila está a ser comemorado um pouco
por todo o concelho com santos populares e marchas e diversas outras
iniciativas de índole cultural, com o programa a encerrar com o 28º Encontro
Europeu de Harley Davidson’s Baía de Cascais, entre os próximos dias 13 e 16.Mas, independentemente do programa municipal que assinala estes 655 anos, o mais importante é dar a conhecer a história de Cascais.
“Com uma vasta história repleta de pequenos
incidentes, Cascais é uma vila com um ambiente que nos envolve desde o momento em
que nela entramos, diz, a Cascais24, o historiador e arqueólogo de formação João
Aníbal Henriques, que tem publicado vários trabalhos sobre os primórdios e a
evolução da região ao longo dos tempos.
Segundo algumas teses, o nome de Cascais remonta provavelmente à época romana,
tendo por base termos latinos como Cascales ou Cascanes, refere o historiador e
também vereador independente, eleito nas últimas autárquicas, mas que, por
motivos pessoais, viu-se forçado a pedir a suspensão temporária do mandato no
ano passado, sem que tivesse oportunidade de intervir com propostas de incentivos
patrimoniais, contribuindo para a preservação
da memória de Cascais e da sua história.
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Historiador João Aníbal Henriques |
Porém, ainda de acordo com o historiador, “a mais verosímil, concreta e digna de consenso entre a generalidade dos historiadores que se dedicam ao estudo deste nosso concelho, parece ser a tese segundo a qual o topónimo de Cascais resultaria da evolução concreta de uma expressão amplamente Portuguesa: Cascal, ou seja, um local coberto de cascas ou conchas de marisco. Assim, o primeiro nome desta bonita vila terá sido o de “Aldeia dos Cascais”, o qual, por simplificação, se transformou em Cascais”.
“Encontra-se atualmente comprovada a estada em Cascais de um aglomerado humano desde o aparecimento do Homem, no Paleolítico”, sublinha João Aníbal Henriques, que reforça existirem disso “vestígios estudados no Guincho e no Alto do Estoril, onde apareceram calhau rolados e utensílios datados desta época”. No entanto, esclarece o historiador, “mais interessantes são as necrópoles do Poço Velho, Alapraia e São Pedro do Estoril, de onde se retirou um importante espólio ao nível da cerâmica campaniforme”.
“Desde o Século II a.C. que Cascais se encontra ocupado pelos romanos, e existem atualmente muitos vestígios dessa ocupação espalhados por todo o território municipal de Cascais”, precisa João Aníbal Henriques, que salvaguarda que “ao contrário do que até aqui se pensava, também a ocupação Árabe teve a sua importância no devir Histórico do Concelho”.
“Durante a Época Medieval, já seria Cascais uma aldeia com alguns recursos humanos, coadjuvados, como não podia deixar de ser, por uma vasta rede de potencialidades económicas baseadas na prática da pesca e da caça especializada, principalmente do Açor”, revela o historiador
Também “a estada de vários dos
nossos ilustres monarcas em Cascais encontra-se comprovada desde D. Afonso
Henriques, que segundo reza a lenda, descansou e tomou o seu repasto matinal à
sombra de uma centenária palmeira que ainda em meados do Século passado existia
na travessa com o mesmo nome”, recorda João Aníbal Henriques, segundo o qual “D.
Dinis e D. José dirigiram-se também aos meandros deste pequeno povoado, com o
intuito, segundo dizem as lendas, de se banharem nas águas medicinais que são
características da Praia da Poça, em São João do Estoril, e as de Santo
António, na quinta com o mesmo nome a que Fausto Cardoso de Figueiredo, no
início do Século passado, transformou numa das mais ilustres estâncias
balneares da Europa, só comparada em qualidade com a “Cote d’Azur” Francesa”.
E, ainda de acordo com o conhecido historiador, “daí em diante, resta-nos salientar o proeminente papel que cascais vai desempenhar, quando foi escolhida para albergar a Corte durante os meses do final do Verão e do Outono, assistindo-se nessa época à inauguração da iluminação pública a gás, do telefone, do telégrafo e do comboio. Acontecimento importante foi também a inauguração da luz elétrica, levada a cabo como presente de aniversário do Príncipe Real, e que marcou um ponto fulcral na História recente de Portugal”.
“Passados estes anos dourados da sua História, Cascais é hoje a vila pacata que conhecemos, e que de uma maneira ou de outra, fazendo jus à sua essência cosmopolita, continua a atrair a atenção da generalidade da população Portuguesa e de milhares de estrangeiros que, sempre que podem, a utilizam como destino privilegiado de férias ou residência fixa”, conclui João Aníbal Henriques.
E, ainda de acordo com o conhecido historiador, “daí em diante, resta-nos salientar o proeminente papel que cascais vai desempenhar, quando foi escolhida para albergar a Corte durante os meses do final do Verão e do Outono, assistindo-se nessa época à inauguração da iluminação pública a gás, do telefone, do telégrafo e do comboio. Acontecimento importante foi também a inauguração da luz elétrica, levada a cabo como presente de aniversário do Príncipe Real, e que marcou um ponto fulcral na História recente de Portugal”.
“Passados estes anos dourados da sua História, Cascais é hoje a vila pacata que conhecemos, e que de uma maneira ou de outra, fazendo jus à sua essência cosmopolita, continua a atrair a atenção da generalidade da população Portuguesa e de milhares de estrangeiros que, sempre que podem, a utilizam como destino privilegiado de férias ou residência fixa”, conclui João Aníbal Henriques.
1 comentário:
Adorei ler! Obrigado Joao Anibal.
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