Atual
Por Redação
04/06/2018
Três homens puseram termo à vida só
numa semana, em Cascais, o último dos quais esta segunda-feira, ao início da
madrugada, em Alvide.
A vítima, um jovem, de 22 anos, foi encontrado sem vida pela mãe, no
regresso a casa. A própria senhora, em choque, teve que ser assistida mais
tarde no hospital de Cascais.
Já na última semana, um homem, 68 anos, foi encontrado
cadáver na rua Engenheiro Adelino Amaro da Costa, na Parede, e um
outro, na casa dos 50 anos, na Quinta dos Chaínhos,
em Caparide.
O “suicídio é
um problema de saúde pública”, diz a psicóloga clínica e de saúde Vera
Alexandra Barbosa Ramos.
“Sabemos que
a nossa sociedade está cada vez mais exigente, stressada, depressiva, revoltada
e solitária e, devido à situação económica e desemprego mais ambiciosa pelo
dinheiro”, adianta a psicóloga num estudo recentemente publicado e segundo o qual “com isto há ainda a falta de
paciência e disposição para ouvir os sofrimentos de quem nos rodeia”.
“Há cada vez
mais pessoas a tentar o suicídio ou a consumar mesmo o ato e este facto deve-se
também à ausência de pessoas para as ouvir, acolher e fazer acreditar que é
possível e agradável viver”, defende Vera Alexandra Barbosa Ramos.
“Todos os
pequenos indícios que os suicidas dão devem ser valorizados e são esses sinais
de alarme que devem fazer alterar as nossa relações, repensar as nossas
atitudes e implementá-las por forma a prevenir que mais uma vida se perca”,
aconselha a psicóloga.
“Todos nós
precisamos de sentir afeto, carinho, atenção, ter relações sociais, empatia
para que nos façam sentir bem e nos ajudem a enfrentar situações de vida menos
positivas. É obrigação de todos nós estarmos atentos a estes sinais que as
pessoas muitas vezes nos transmitem e nós, numa sociedade egoísta não nos damos
conta desses pedidos de ajuda. Portanto, se focarmos mais a nossa atenção a
quem nos rodeia, podemos ajudar a pessoa a desistir da ideia de pôr termo à
vida”, concluí Vera Alexandra Barbosa Ramos.
Os números da OMS
Recorda-se
que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) Portugal está acima da
média global de suicídios, apresentando uma taxa de 13,7 por cem mil habitantes
em 2015, face a uma taxa mundial de 10,7.
Perto de 800
mil pessoas suicidam-se todos os anos, o que significa uma pessoa a cada
quarenta segundos, de acordo com os dados da OMS, que defende que a comunicação
social deve noticiar estas mortes de forma responsável.
A OMS diz
também que a Europa foi a região do Mundo com a mais alta taxa de suicídio
(14,1 por cada cem mil habitantes), à frente de África (8,8), Américas (9,6),
Sudeste asiático (12,9), Mediterrâneo Oriental (3,8) ou Pacífico Ocidental
(10,8).
Dentro da
região Europa, Portugal está ligeiramente abaixo da média europeia mas acima da
média global, tendo registado, em 2015, uma taxa de 13,7 mortes por suicídio
por cada cem mil habitantes, o que significa, tendo em conta os cerca de dez
milhões de habitantes, que cerca de 1.370 pessoas ter-se-ão suicidado.

1 comentário:
Um problema que não deve ser ignorado nem pelas autoridades nem pelas pessoas. Precisamos deixar de ser tão egoístas e pensar mais no nosso próximo. O mundo está louco por coisas que não tem valor algum e se esquecem que a coisa mais valiosa do mundo não custa nem um Euro ao bolso: O amor! O amor é o remédio para todos os males do mundo e não estou soltando um discurso ridículo e bobo de gente ingenua e romantica. É a mais pura verdade! Só o amor pode nos salvar e salvar o nosso planeta.
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