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16 MAIO 2019 |
A pré-campanha para as eleições europeias foi,
decididamente, engolida pelas múltiplas ocorrências que propositadamente
baralharam a crise política desviando a atenção dos eleitores para uma
parafernália de casos acessórios de insultos e acusações, evitando o que seria
essencial. Desde o patético ameaço do primeiro ministro em se demitir,
aos enfermeiros que se queixam dos inspectores da saúde, à privatização do
SIRESP, ao quotidiano da violência doméstica, aos malabarismos de Mário
Centeno, que nos força a aceitar uma carga fiscal, superior em 6,5% à que
sofremos em 2018 arrecadando mais 4 mil milhões em impostos num só ano, tudo
são motivos para nos tentar fazer esquecer o enorme descontentamento que se
respira com a gestão do sr. Costa … acompanhado por “sus muchachas e muchachos”.
Em lugar de nos apresentarem
propostas concretas e concordantes com a acção que eventualmente possam vir a
desempenhar em Bruxelas, os candidatos às europeias esgatanham-se com
progressiva intensidade nos insultos, nas acusações e em todas as “fake
ocorrências” que possam desacreditar os seus oponentes, numa luta infantil, com
foros de birra de gentinha pequena, bacoca e egoísta que só tem olhos para o
seu próprio umbigo.
Tudo levaria a crer que a verdadeira
força que move os exaltados ânimos destes candidatos tivesse o
interesse de Portugal no patamar cimeiro das suas prioridades.
Mas, parece que não é bem assim
… Se pausarmos para pensar e observar, iremos descobrir que o que
faz mexer esta gente é uma coisa bem diferente que nem a hipocrisia dos seus
discursos, sorrisos e salamaleques consegue disfarçar: trata-se simplesmente de
salvaguardar o interesse e o conforto pessoal, para além de poderem conquistar
o elevado grau de influência política e social que advém dos cargos a que tão
sofregamente se candidatam.
SÓ ISTO E MAIS NADA!
Senão, vejamos, as conclusões apresentadas por um consórcio de
correspondentes de vários órgãos de comunicação social em Bruxelas, entre eles
a SIC e o jornal Expresso … a saber: “Os vencimentos dos eurodeputados começam
com um salário base de 6.800 euros por mês, mas, para além disso, ainda recebem
um subsídio fixo de mais de 300 euros para cobrir despesas de alojamento e por
comparência em reuniões oficiais em Bruxelas e Estrasburgo. Contas feitas, os
dados do consórcio dizem que, se cada eurodeputado trabalhar 22 dias por mês,
acresce à remuneração base mais 7 mil euros. A
este valor ainda podem somar mais de 4.500 euros atribuídos pelo Parlamento
para as despesas do gabinete dos deputados como telefone, arrendamento ou
computadores."
Sabiamente, e conforme noticiado pelo "Jornal de Notícias", Marcelo Rebelo de Sousa quebrou o silêncio sobre a crise
política, esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas na Fundação
Champalimaud. "Tudo o que dissesse limitava a liberdade", disse.
"O presidente decidiu não
intervir como aliás outros presidentes fizeram em situações análogas. E não
intervir significa não se pronunciar, não receber partidos políticos e não
convocar partidos políticos", disse, revelando que irá receber os partidos
com assento parlamentar no início de junho, passado o período eleitoral.
Recusando pronunciar-se sobre a
crise política, o presidente da República acredita que "os portugueses
percebem perfeitamente" que tudo o que o presidente dissesse naquele
período "acabava por limitar o espaço de liberdade". "Limitava a
minha decisão entre promulgar ou vetar a lei e limitava ao meu espaço de
liberdade se houvesse uma crise a resolver", disse, lembrando que "o
presidente intervém para prevenir crises" ou "para decidir
crises", se tal for necessário, garantindo que foi
"surpreendido" com a crise à chegada da visita de Estado à China.
"O presidente quando partiu
para a China não tinha dados nenhuns que apontassem para a necessidade de
intervir preventivamente", disse, explicando que, à chegada, dada a
proximidade da campanha das europeias e do facto de o processo legislativo
estar em curso, entendeu "esperara, ver se havia ou não diploma e se havia
ou não crise".
Questionado sobre a audição na
comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos com Joe Berardo, Marcelo
disse: "Alguém que foi importante em determinado momento, de repente fica
aquém".
Valha-nos um Presidente assim!
+Sob o manto diáfano da fantasia...
+Sob o manto diáfano da fantasia...
+Muito mal vai a Democracia em Cascais!
*Os artigos de opinião publicados são da inteira responsabilidade dos seus autores e não exprimem, necessariamente, o ponto de vista de Cascais24.
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1 comentário:
Ora aqui está uma visão objectiva das coisas que, desapaixonadamente, procura ler nas entrelinhas, o verdadeiro significado dos teatros políticos.
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