A fraude e o roubo são legais em Cascais?

OPINIÃO

30 maio 2021 | 13h08
À entrada da Vila de Cascais, onde é o Jumbo, está em curso uma operação urbanística que implica o "enterramento" do supermercado e a construção, já em fase adiantada, de seis edifícios com 150 apartamentos de alto luxo, cujos preços mais baixos andarão na ordem de 1.000.000 (um milhão) de euros. 

Para propiciar maior "rentabilidade" ao promotor imobiliário, que se calcula possa vir a realizar aqui mais-valias na ordem dos 100.000.000 (cem milhões) de euros, a Câmara de Cascais, pela mão de Carlos Carreiras e da sua coligação PSD-CDS, integrou o espaço da operação na classificação de Área de Reabilitação Urbana (ARU), figura que quase automaticamente concede benefícios fiscais a quem constrói, a quem vende e a quem compra os "modestos apartamentozitos". Em resultado da ARU, ninguém vai pagar, entre outros impostos e taxas não menos importantes, as habituais licenças de obras, o IMT (Imposto Municipal de Transacções), nem o IMI, este durante os próximos cinco anos. 

São muitos os milhões de euros que a Câmara podia receber, para, p.ex., investir em habitação a custos controlados, ou para a resolução do problema dos esgotos, que em diversos bairros do interior do concelho transbordam das fossas para as linhas de água que, por sua vez, os levam para o mar (quem se lembra das bandeiras azuis das nossas praias que foram no vento?).  Milhões que a coligação PSD-CDS e Carlos Carreiras entendem que ficam melhor "investidos" nos bolsos dos  pobres milionários.

Agora digam lá se Cascais não é mesmo "O melhor lugar do mundo para viver" !

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*Os artigos de opinião publicados são da inteira responsabilidade dos seus autores e não exprimem, necessariamente, o ponto de vista de Cascais24.

 


 


1 comentário:

João Casanova Ferreira disse...

Ora digam lá se o capital especulativo e o(s) poder(es) instalado(s) não vivem em paixão permanente?

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